Cida Pedrosa defende Auxílio Emergencial e Programa de Renda Básica Universal

Auxílio emergencial para todos os brasileiros que estão em situação de vulnerabilidade e um Programa de Renda Básica Universal para os que passam fome. Essas ideais, sugeridas para serem tomadas de imediato, foram defendidas pela vereadora Cida Pedrosa (PCdoB), na reunião Extraordinária, de forma remota, da Câmara do Recife, nesta segunda-feira (1º).

“No momento em que a pandemia do novo coronavírus se agrava no país, ultrapassando os 250 mil mortos, e o desemprego segue em vertigem acelerada, deixando em torno de 14 milhões de pessoas sem renda, sem futuro e sem esperança, é imprescindível que passemos a discutir, de forma mais incisiva, a necessidade urgente não somente da recriação do auxílio emergencial, como da instituição de uma renda básica permanente para socorrer as famílias mais vulneráveis de nosso município”, disse.

A vereadora lembrou que as medidas restritivas que os governos estaduais e municipais estão sendo obrigados a adotar, para tentar evitar o colapso do Sistema Único de Saúde, agravam ainda mais a crise econômica, aumentando as filas do desemprego e o desespero das famílias. Ela ressaltou que o apoio financeiro que o prefeito João Campos está dando aos artistas e aos pequenos empreendedores, através de projetos de lei aprovados pela Câmara, “dialogam com esta minha sugestão”, observou.

O pagamento do auxílio emergencial, segundo Cida Pedrosa, não apenas evitará que muitas pessoas passem fome, como também contribuirá para movimentar setores da economia. Cida Pedrosa entende que o primeiro passo para o Brasil sair “da situação de desesperança por causa do vírus da covid-19 e pela omissão do governo federal, que jamais assumiu a responsabilidade de coordenar o enfrentamento da Covid, e que nem sequer consegue assegurar vacina para toda a população, é a recriação urgente do auxílio emergencial”.

Ela afirmou que não se pode aceitar argumentos de que não há recursos para o pagamento do auxílio. “O Governo Federal sabia que precisava cortar despesas para viabilizar o benefício, mas fez justamente o contrário no ano passado, concedendo um generoso reajuste aos militares em meio à pandemia”. Atualmente, o presidente da República, disse ela, chegou a sugerir a desvinculação dos recursos destinados à saúde e à educação como condição para voltar a pagar o auxílio emergencial. “É inaceitável”, disse.

Para a vereadora, não é possível vislumbrar um futuro próximo com mais emprego e também não se sabe quanto tempo vão durar os efeitos nefastos da pandemia sobre a economia. “Portato, é hora de lutarmos pela instituição de uma renda básica universal. O programa poderia ser custeado, por exemplo, com a cobrança de impostos sobre as grandes fortunas. Esse não é um projeto utópico nem inviável”, defendeu. Com a aprovação desse imposto, segundo ela, o governo arrecadaria entre 70 e 80 bilhões por ano.

A vereadora citou dados da Frente Parlamentar da Renda Mista, do Congresso Nacional, de que cerca de 70 milhões de brasileiros estão prestes a ingressar na pobreza com o fim do auxílio emergencial. “Essas pessoas não estão cadastradas no Bolsa Família e não terão como se reerguer sem o apoio do Estado. Claro que é preciso incentivar a reinserção delas no mundo do trabalho. Mas as necessidades básicas, principalmente a maior delas, a fome, não pode esperar pelo nosso consenso sobre o que devemos fazer e como devemos fazer”, afirmou. Ela encerrou o discurso com o poema “Tem Gente Com fome”, escrito há 50 anos, por Solano Trindade.

A vereadora Ana Lúcia (Republicanos) pediu um aparte e reforçou o discurso de Cida Pedrosa dizendo que o prefeito do Recife, João Campos, adotou projetos para o Recife que têm essa linha ideológica. Ela também condenou o presidente da República que defende o auxílio emergencial “jogando povo contra povo”. O vereadora Ivan Moraes (PSol) também pediu aparte e criticou o presidente. “Esse presidente ignora a ciência, boicota a vacina e faz corpo mole para o auxílio emergencial. Ele quer que as pessoas morram”, afirmou.



Em 01.03.2021.