Dani Portela faz discurso emocionado contra a Ditadura Militar

Com discurso emocionado e lembrando que é filha adotiva de um homem que ficou estéril em virtude de torturas praticadas pela Ditadura Militar Brasileira, iniciada em 31 de março de 1964, que completa amanhã, 57 anos, a vereadora Dani Portela (PSOL) ressaltou na manhã desta terça-feira (30), durante reunião Ordinária da Câmara do Recife, por videoconferência, que não podia deixar de lembrar a data. “A ditadura durou 21 anos e matou mais de 400 pessoas, sem contar os torturados. Pensar que em 2016, o então deputado federal, Jair Bolsonaro, enalteceu na tribuna o torturador Carlos Alberto Ustra, causa estupor. E é esse deputado que hoje é o presidente do País”.

Dani Portela lembrou que ainda ontem (29), o ministro da Defesa pediu demissão por não concordar com o desejo do presidente de decretar Estado de Sítio, o que é inaceitável. Ela disse que temos de lembrar que os mortos e torturados da Ditadura lutaram pela liberdade. “Meu pai acordava à noite com pesadelos por ter assistido e ouvido as torturas nas celas vizinhas. Uma noite uma mulher torturada deu à luz durante a sessão de tortura e mãe e filho morreram em virtude da tortura praticada por Ustra”.

A vereadora enfatizou que em 2016 quando acontecia o golpe institucional e midiático contra  a presidenta eleita, Dilma Rousseff,  o então deputado enalteceu o torturador Ustra e ali já se via que caminho o Brasil seguiria. “Os mortos da Ditadura sequer tiveram um enterro ou seus corpos reconhecidos. O corpo de Fernando Santa Cruz até hoje não foi encontrado e a mãe dele morreu quase aos 100 anos sem encontrar o filho”.

 Em 30.03.2021