Liana Cirne faz discurso pela memória do Golpe Militar de 1964

“A data de 31 de março não pode ser esquecida. É nosso dever lembrar. Amanhã, nós, da Câmara Municipal, lembraremos”. Com essas palavras, a vereadora Liana Cirne (PT) proferiu, nesta terça-feira (30), um discurso pela memória das consequências da Ditadura Militar brasileira e do Golpe de 1964. Durante a reunião Ordinária remota da Câmara do Recife, ela convidou os demais parlamentares a participar na quarta-feira (31) de uma reunião pública organizada por seu mandato, com o tema “Direito à Memória e à Verdade no Recife, à luz do relatório final da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Hélder Câmara”.

Em seu pronunciamento, Cirne mencionou alguns dos números que representam a violência institucional do período da Ditadura. “Precisamos lembrar e precisamos afirmar a história do Brasil. Não podemos endossar nem uma tentativa de negar o que houve neste país. Nós, dos partidos de esquerda, contamos a história do Brasil pelos nomes dos nossos mortos e desaparecidos”, disse. “Foram 434 mortos de desaparecidos, 50 mil pessoas presas e torturadas apenas em 1964, 536 intervenções em sindicatos até 1970, 2 mil funcionários públicos demitidos ou aposentados compulsoriamente, 376 pessoas com mandatos cassados ou direitos políticos suspensos. Muitos de nós, aqui nesta Câmara Municipal, teríamos nossos mandatos cassados”.

Em seu pronunciamento, Cirne se mostrou preocupada com a conjuntura política nacional. “Ontem, houve uma minirreforma ministerial do [gabinete do] presidente Jair Bolsonaro. E o que mais nos alarmou foi justamente a demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo, por entender que as Forças Armadas brasileiras são instrumentos do Estado e não de Governo. Preocupa muito que essa demissão sido motivada pelo fato de que o ministro não endossou a tentativa de instalação de um estado de sítio no Brasil”.

A reunião pública vai acontecer às 9h, de forma remota, podendo ser acompanhada a partir do site da Câmara do Recife.

Em 30.03.2021