Michele Collins lê manifesto em favor do tratamento precoce da covid-19

Defensora do tratamento precoce da covid-19, a vereadora Michele Collins (PP) leu no plenário virtual da Câmara do Recife o manifesto assinado por 3.568 médicos brasileiros que defendem esse tipo de prevenção. “Estamos numa verdadeira guerra, que já ceifou milhares de vida. Somente ontem, dia 15 de março, foram cerca de 2.400 mortes em todo o País. Não podemos abrir mão de nenhum tipo de abordagem pra vencer o vírus. Eu mesma já perdi duas tias, amigos e colegas. Estou preocupada”, afirmou, na reunião Ordinária realizada por videoconferência nesta terça-feira (16).

A vereadora Michele Collins aproveitou para fazer apelo ao prefeito do Recife, João Campos, para que ele libere os médicos municipais para fazerem o tratamento precoce, assim como forneça kits de medicamentos com esse objetivo nos postos de saúde. “Dessa forma, é possível fortalecer esse tratamento na cidade. O uso de azitromicina e da ivermectina precisam ser estimulados, pois há muitas pessoas que fizeram o uso e conseguiram superar as complicações da doença”, disse. Ela entende que a discussão do uso de medicamentos não pode ser politizado, alegando-se que esses remédios são indicações de Bolsonaro, por exemplo. “Por mais que se discorde dele, o debate político somente prejudica o combate à doença”, afirmou. Muita gente, segundo ela, tem vergonha de dizer que tomou esses medicamentos e se curou.

“Faço o apelo ao prefeito e defendo o tratamento precoce porque, como autoridade pública, temos que dar oportunidade à população de usar os remédios”, alegou. Ela explicou que defende o tratamento precoce não para que as pessoas tomem o remédio antes da manifestação dos sintomas da covid-19, mas no momento em que começar a senti-los. “É para se tomar quando já se está doente”. Ela lembrou que a vacina realmente é a única forma comprovada de imunização, até agora, mas que nem mesmo o imunizante é 100% seguro. “Se dissermos que a vacina é 100% garantida, estamos dizendo que foi descoberta a cura contra a covid 19. E essa não é a realidade. Precisamos da vacina, que não é tratamento, assim como precisamos de medicamentos para fazer o tratamento precoce”, afirmou.

A nota lida pela parlamentar é do movimento Médicos pela Vida e foi veiculado pelos jornais no final do mês passado. O texto cita as evidências científicas e clínicas para defender o uso de remédios para evitar que pacientes progridam para fases mais graves da doença. Expressa o seguinte: “Somos um grupo de médicos que tem se dedicado a levar aos pacientes o melhor da prática profissional neste momento tão delicado no enfrentamento da pandemia causada pelo vírus Sars-CoV2, balizados pela análise das melhores evidências disponíveis na ciência, pelo Código de Ética Médica, pelos princípios da Bioética e pelo posicionamento do Conselho Federal de Medicina. Para tal, nos pautamos: em estudos científicos atualizados, na informação clara ao paciente e no seu consentimento livre e informado para uso off-label de medicamentos com os quais temos experiência de longa data, além de conhecimento sobre os mecanismos de ação, farmacocinética, farmacodinâmica, interações medicamentosas e segurança”.

O manifesto diz também que “dentre as abordagens disponíveis na literatura médica para a Covid-19, existe o chamado tratamento precoce: iniciar com as medidas disponíveis o mais rápido possível, para minimizar a replicação viral, utilizando uma combinação de drogas, visando reduzir o número de pacientes que progridem para fases mais graves da doença, diminuindo o número de internações, reduzindo a sobrecarga do sistema hospitalar, prevenindo complicações pós-infecção e diminuindo o número de óbitos”.

O manifesto cita ainda as pesquisas realizadas por 23 cientistas e publicadas em revistas de Medicina. Segundo os médicos que assinam a nota, a escolha médica diminui o número de internações, reduz da sobrecarga do sistema hospitalar, previne complicações pós-infecção e reduz o número de óbitos. “Destacamos que a abordagem precoce não se trata apenas do uso de uma ou outra droga, mas da correta combinação de medicações como a hidroxicloroquina, a ivermectina, a bromexina, a azitromicina , o zinco, a vitamina D, anti-coagulantes entre outras, além dos corticoides que têm um momento certo para sua utilização nas fases inflamatórias da doença, sempre observando-se a adequação das combinações ao estado e evolução de cada paciente, que será acompanhado extensivamente inclusive com a realização de exames conforme necessários, e a recomendação de intervenções não farmacológicas, como a fisioterapia”, cita um trecho da publicação. “Definitivamente, não é uma promessa de ‘cura fácil’, posto que lidamos com uma doença nova e de difícil manejo quando se agrava”, afirmam os médicos em outro trecho.


Em 16.03.2021.