Dani Portela solicita reuniões sobre racismo e abuso sexual de crianças
“O racismo marca a nossa sociedade e estrutura a desigualdade. A fome tem cor, os dados mostram que a maioria das pessoas que vivem com posição de extrema miséria e pobreza são negras. A maioria das pessoas que moram em condições sem saneamento e moram em lugares mais precários, sem água encanadas, são pessoas negras”, disse a parlamentar ao defender o requerimento nº 2159/2021.
De acordo com ela, a ideia é ressignificar o 13 de maio, data criticada pelo movimento negro como marco da luta antirracista. “Sabemos que a história oficial do Estado brasileiro reproduz narrativas que escondem as experiências das populações negras. A medida que aboliu oficialmente a escravidão no Brasil ocorreu quando grande parte da população negra já não vivia em cativeiros, por força da luta e da resistência nascida nos nossos quilombos. A abolição aconteceu apenas quando já estava insustentável defender a escravidão no cenário nacional e internacional da época”.
Dani Portela também explicou o motivo para a escolha da data da reunião pública sobre abuso sexual de crianças e adolescentes. “No dia 18 de maio de 1973, uma menina de oito anos foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada do Espírito Santo. Seu corpo apareceu seis dias depois. Seus agressores, todos jovens pertencentes à classe média alta, nunca foram punidos. Essa data foi instituída como o Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes. Esse caso, da menina Araceli, aconteceu há mais de 40 anos, mas infelizmente isso é uma realidade presente na vida de muitas crianças”.
Em 06.04.2021