Liana Cirne analisa requerimentos sobre comunidades terapêuticas
“Votarei contra esses requerimentos porque, sobretudo, se aproxima o dia pela Luta Antimanicomial, uma luta que eu conheço de perto, e vi que esses modelos manicomiais de internação são negativos para a cura. Embora esses projetos das comunidades terapêuticas sejam de internação voluntária, a dispensa não é voluntária. E o modelo adotado é manicomial que, no mundo inteiro, é apontado como superado e como potencial lesivo emocional psicológico”.
Liana Cirne elogiou os casos de superação mostrados pela vereadora Michele Collins, mas disse que “não acreditava que o investimento de R$ 2,5 bilhões de reais destinado ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS) seja melhor aproveitado num modelo de natureza manicomial, como é o modelo das comunidades terapêuticas”. A vereadora adiantou ainda que o SUAS enfrenta dificuldades. “O SUAS vive um estado de abandono e precisamos olhar como o Sistema está estruturado no Recife e a necessidade que nós temos desse investimento público. Esse dinheiro público, na minha opinião, deve ser destinado ao fortalecimento da rede de saúde pública. E essa rede de saúde pública, mantida pelo dinheiro público, tem que ser a rede do SUS e SUAS”.
No aparte, a vereadora Michele Collins esclareceu que as comunidades terapêuticas não são manicômios. “São instituições que fazem acolhimento e não internamento. Estamos pedindo para que a secretária de Desenvolvimento social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife e o secretário de Políticas de Prevenção à Violência e às Drogas de Pernambuco avaliem parcerias com as comunidades terapêuticas. O dinheiro que foi enviado ao SUAS é exclusivo para gastar nessa modalidade e poderá também ser destinado às comunidades terapêuticas”.
Em 26.04.21