Liana Cirne analisa requerimentos sobre comunidades terapêuticas

Na manhã desta segunda-feira (26), durante reunião Ordinária da Câmara do Recife, transmitida pela internet, a vereadora Liana Cirne (PT) debateu os requerimentos de números 2204/2021 e 2183/2021, ambos de autoria da vereadora Michele Collins (PP). Os documentos solicitam parcerias entre o Estado e o Município com as comunidades terapêuticas cadastradas junto à Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania. O objetivo é que pessoas em situação de rua também possam ser acolhidas em tais espaços, de maneira voluntária, em decorrência de necessidades relativas ao uso abusivo de álcool e outras drogas.

“Votarei contra esses requerimentos porque, sobretudo, se aproxima o dia pela Luta Antimanicomial, uma luta que eu conheço de perto, e vi que esses modelos manicomiais de internação são negativos para a cura. Embora esses projetos das comunidades terapêuticas sejam de internação voluntária, a dispensa não é voluntária. E o modelo adotado é manicomial que, no mundo inteiro, é apontado como superado e como potencial lesivo emocional psicológico”.

Liana Cirne elogiou os casos de superação mostrados pela vereadora Michele Collins, mas disse que “não acreditava que o investimento de R$ 2,5 bilhões de reais destinado ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS) seja melhor aproveitado num modelo de natureza manicomial, como é o modelo das comunidades terapêuticas”. A vereadora adiantou ainda que  o SUAS enfrenta dificuldades. “O SUAS vive um estado de abandono e precisamos olhar como o Sistema está estruturado no Recife e a necessidade que nós temos desse investimento público. Esse dinheiro público, na minha opinião, deve ser destinado ao fortalecimento da rede de saúde pública. E essa rede de saúde pública, mantida pelo dinheiro público, tem que ser a rede do SUS e SUAS”.

No aparte, a vereadora Michele Collins esclareceu que as comunidades terapêuticas não são manicômios. “São instituições que fazem acolhimento e não internamento. Estamos pedindo para que a secretária de Desenvolvimento social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife e o secretário de Políticas de Prevenção à Violência e às Drogas de Pernambuco avaliem parcerias com as comunidades terapêuticas. O dinheiro que foi enviado ao SUAS é exclusivo para gastar nessa modalidade e poderá também ser destinado às comunidades terapêuticas”.

Em 26.04.21