Liana Cirne faz alerta sobre fanatismo religioso no Brasil
Ao tratar das crianças torturadas no ritual, Cirne mencionou que, ao serem resgatadas, as crianças do caso de Bragança estariam há três dias em cativeiro, mantidas em jejum. “As imagens nos chocam. O fanatismo religioso tem tomado conta do nosso país e representa um enorme perigo à democracia”.
A parlamentar refletiu, ainda, sobre o espaço democrático para pessoas de diferentes posicionamentos religiosos e não religiosos. “Eu sou católica, ligada à Teologia da Libertação, e me considero uma cristã progressista, assim como há aos cristãos conservadores. E, nesta Casa democrática, há espaço para todos. Esta é uma Casa da lei e, como Casa da lei, deve fazer respeitar o Estado democrático de Direito, a liberdade de crença e defender o estado laico”.
A tratar do caso do menino Henry, Liana Cirne lembrou que o suspeito do crime é um parlamentar que defendia um modelo único de família. “O vereador Dr. Jairinho era um grande apoiador de Jair Bolsonaro. Homofóbico, daqueles que faziam o discurso do ‘cidadão de bem’; o discurso ‘da família’, no singular, e não ‘das famílias’, no plural. Que insinuava que homossexualidade era igual a pedofilia e maus tratos e que defendia que casais homossexuais não poderiam ter a guarda de crianças”, afirmou. “A hipocrisia desse discurso preocupa. Precisamos entender que maldade e perversidade não têm partido, não têm gênero. Defender o direito das crianças e adolescentes também é defender o estado laico e a diversidade, a alteridade”.
Em 19.04.2021