Liana Cirne pede que reajuste do piso salarial dos professores seja respeitado

“A Prefeitura está atrasada 390 dias. Estou contando”. Em discurso proferido durante a reunião Ordinária remota da Câmara do Recife desta segunda-feira (12), a vereadora Liana Cirne (PT) chamou a atenção do Poder Executivo para o cumprimento de um acordo firmado com o Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) sobre o reajuste da remuneração básica dos professores de acordo com o piso salarial nacional. A vereadora apresentou um requerimento solicitando à Prefeitura que faça o reajuste de 12,84% determinado pelo Ministério da Educação (MEC) em janeiro de 2020.

Em seu pronunciamento, Liana Cirne explicou que o acordo feito pelo Poder Executivo com o Simpere em 19 de janeiro do ano passado previa que a recomposição fosse promovida em três parcelas nos meses de outubro (4,5%), novembro (4%) e dezembro (3,83%) de 2020. Com o reajuste, a remuneração básica da categoria dos servidores do Grupo Ocupacional Magistério passaria de R$ 2.557,74 para R$ 2.886,24. “Infelizmente, nem a definição do MEC, nem o acordo firmado entre o Sindicato e a Prefeitura foram cumpridos”, informou a parlamentar, que pretende instituir um “atrasômetro” para destacar a situação em seus discursos.

Cirne não deixou de citar as más condições de trabalho a que são submetidos os professores. A vereadora disse, por exemplo, que a categoria teve que aprender uma nova forma de trabalhar durante a pandemia. Ela lembrou, também, que professores tem sido alvo de campanhas de grupos de ideologia conservadora, como o Escola sem Partido. Por fim, refletiu sobre as prioridades da gestão no municipal ao tratar da destinação de recursos para iniciativas como o programa de robótica das escolas do Recife.

“Assédio moral de forma sistemática, agressões físicas em sala de aula, falta de estrutura física, falta de água, falta de material pra trabalhar e, ainda por cima, um bando de extremistas chamado Escola Sem Partido que coloca fundamentalistas que nem matriculados são para fazer provocações, gravando com um celular”, afirmou. “Essa é a realidade: salários aviltantes, acordos que não são cumpridos, humilhação e, no dia 15 de outubro, ‘Parabéns, professor’. Não dá para naturalizar. Não dá para entender que um acordo de reajuste não seja cumprindo enquanto gastamos fortunas com um projeto de robôs. Que seria, sim, elogiável, se a gente tivesse garantido a dignidade do professor em sala de aula”.

Em 12.04.2021