Michele Collins defende acordos entre poder público e comunidades terapêuticas
As comunidades terapêuticas, que no Brasil são comumente associadas a denominações religiosas, são entidades que operam intervenções em pessoas dependentes de álcool e outras drogas por meio da abstinência voluntária.
Em seu discurso, Michele Collins frisou que as pessoas atendidas devem sempre concordar com o tratamento e que as comunidades contratadas devem possuir condições adequadas e o devido cadastro na Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (SENAPRED), do Ministério da Cidadania. “Essas comunidades existem há 54 anos e o trabalho que elas fazem é de excelência. É um trabalho de cuidado com o próximo”, disse. “O nosso pedido é para que seja avaliada a possibilidade para que comunidades cadastradas no Ministério da Cidadania, devidamente organizadas, possam acolher também na nossa cidade. Na verdade, elas já fazem isso, mas é para que isso seja em parceria também com a Prefeitura”.
Em um aparte, a vereadora Liana Cirne (PT) se posicionou contra o chamado modelo manicomial de saúde mental, caracterizado pelo isolamento de indivíduos do convívio com a sociedade. “Quero falar da importância de aparelharmos nossas instituições públicas, o SUAS [Sistema Único de Assistência Social], os CAPS [Centros de Atenção Psicossical], e dizer que as comunidades terapêuticas têm elementos de modelo manicomial, do qual eu sou diretamente antagônica. O modelo manicomial não diz respeito somente à internação compulsória. Nós temos várias características que configuram o modelo manicomial, como a tutela, a custódia, a vigilância. Não acredito nesse modelo como cura”.
Em 26.04.2021