Audiência pública discute a requalificação dos mercados públicos do Recife
A vereadora Ana Lúcia afirmou que os mercados públicos são locais que reúnem turismo e comércio para movimentar a economia. “Mesmo nesse período tão difícil, precisamos construir soluções para o presente, e estratégias para o futuro, porque essa fase difícil vai passar e nossa cidade vai ser outra vez um lugar visitado, continuamente, por pessoas do mundo inteiro”.
Ela pontuou também que o Recife é a capital com o maior número de mercados no Brasil. “Sendo o Mercado de São José, situado no bairro com o mesmo nome, o mais antigo do País”. Em seguida, fez considerações sobre o objetivo da audiência pública, que é “construir, através do diálogo, soluções para esse momento e para um futuro que chegará em breve”.
Participaram da audiência pública o diretor-presidente da Csurb, Gabriel Leitão; o gerente-geral de Mercados e Feiras, Diogo Azevedo, e o gerente-geral de Projetos Especiais, Gustavo Catalano. Eles fizeram uma breve apresentação sobre a função da Csurb com referência às missões, visões e valores. “O planejamento estratégico é dividido em quatro eixos: sociedade; financeiro de processos internos, aprendizado; infraestrutura e inovação”, afirmou Gabriel Leitão.
A abrangência do trabalho da Autarquia foi explicada por Diogo Azevedo. Ele disse que a Csurb atua nas seis Regiões Político Administrativas do Recife (RPAs), responsável por 42 equipamentos públicos, sendo 21 mercados, além de pátios de feiras, feiras livres, entre outros.
Gustavo Catalano pontuou quatro ações que a Autarquia está realizando em prol da melhoria do funcionamento dos mercados: Amigo do Mercado; Csurb Cuida; Viva o Mercado e Selo Legal.
A vereadora Ana Lúcia teceu comentários sobre os programas e ressaltou a importância do trabalho coletivo, "a gente tem consciência plena que a Csurb não fará nada sozinha. Será importante o lado do permissionário, dos clientes, das pessoas que gostam e frequentam feiras e mercados como eu. Depois de estarem em andamento, esses programas precisam virar lei para deixar esse legado na cidade".
Quem trabalha nos mercados - O primeiro permissionário a tecer suas considerações foi o comerciante do Mercado de São José, Marcus Tullius. Ele trabalha no local há quatro anos, comercializando artigos artesanais de cama, mesa e banho. Mesmo antes, afirmou que já era uma pessoa apaixonada pela gastronomia, musicalidade e vida próprias destes estabelecimentos do Recife. No entanto, elencou problemas como a falta de estrutura, as dificuldades financeiras do momento atual e, principalmente, a ausência de segurança. “Os assaltos são corriqueiros, todo mundo já presenciou ou foi vítima de um assalto”. Ele também relatou casos envolvendo turistas.
Também questionou a reforma no Mercado de São José. “Precisamos saber como vai ser feita essa reforma, como vai ser tratada. Antes de fazer essa requalificação - que eu acho justa e tem que ser feita -, existem alguns problemas pontuais que devem ser resolvidos de imediato, muito antes do projeto acontecer”.
Já o presidente da Associação de Pequenos Comerciantes dos Mercados Públicos do Recife e Região Metropolitana, Fernando Santos, afirmou que a entidade possui boas ideias para apresentar à Prefeitura e fez questionamentos sobre projetos para os Mercados de Santo Amaro e Areias.
Perguntas e respostas – A vereadora Ana Lúcia leu várias perguntas, sugestões e reclamaçõe feitas por internautas, através do chat, sobre os mercados públicos: a presença de animais soltos dentro dos espaços; a circulação de bicicletas, a falta de segurança; o esvaziamento do Mercado de Brasília Teimosa; os boxes fechados e a responsabilidade dos permissionários em vários mercados, como no Alto José do Pinho, São José e Boa Vista.
Uma série de perguntas aos convidados da audiência pública também foram feitas por Aloisio Alves, do gabinete do vereador Ivan Moraes (PSOL). Ele enalteceu os espaços, disse que são importantes para a cidade e afirmou ser um frequentador assíduo. Por isso, questionou sobre a ausência de acessibilidade física e comunicacional, a necessidade de campanhas para evitar aglomeração e a reforma não concluída do Mercado da Madalena.
O diretor-presidente da Csurb, Gabriel Leitão, destacou a novidade da Autarquia estar ativa nas redes sociais e o trabalho com a secretaria Executiva de Transformação Digital para facilitar a comunicação da Csurb com os permissionários e a população. "A ideia é que em breve tenhamos serviços vinculados ao Conecta Recife, para a emissão de boletos, guias (pelos permissionários), tanto para a população em geral que vai poder acessar. Uma das nossas metas é colocar o mapa dos mercados", explicou.
Ele disse que há um entendimento com a CTTU para ampliar a Zona Azul em torno dos mercados. “Tivemos a implementação bem sucedida na Encruzilhada e na Madalena”. Sobre a questão da segurança, também explicou projetos. “Estamos desenhando uma proposta batizada inicialmente como 'ronda nos mercados' para aumentar a presença da Guarda Municipal". Destacou, ainda, que o projeto de reestruturação do Mercado de São José não pode ser alvo de reforma simples. “É um equipamento tombado pelo Iphan, tem que ser feita uma restauração”.
O gerente geral de Projetos Especiais da Csurb, Gustavo Catalano, reconheceu que, ao chegarem no Mercado da Madalena, os problemas foram detectados. "Solicitamos que a nossa engenharia e arquitetura fosse lá e emitisse uma nota técnica dando a segurança da escora segurar por um período, para que a gente pudesse produzir um projeto de recuperação estrutural das colunas. Isso foi feito e o projeto ficou pronto hoje, já para dar início ao processo de licitação da recuperação da estrutura das colunas. Devemos estar licitando até o próximo mês", garantiu.
Várias outras respostas aos questionamentos foram dadas pelo gerente geral de Mercados e Feiras da Csurb, Diogo Azevedo. Ele disse, por exemplo, que as bicicletas são meio de transporte e servem para levar as compras feitas nos estabelecimentos, por isso, o ciclista pode caminhar ao lado da bicicleta dentro dos mercados. Sobre os animais soltos em alguns mercados, ele afimou que está buscando uma parceria com o Centro de Vigilância Animal para estudarem medidas respeito da questão.
De acordo com a gerente geral de Projetos Urbanos da Autarquia de Urbanização (URB), Natália Tenório, o projeto de restauro do Mercado de São José está sendo elaborado pela empresa vencedora da licitação e, em breve, poderá apresentar à Câmara Municipal do Recife
Ao final da reunião, dois vereadores também se pronunciaram sobre o assunto. Ambos ressaltaram reconhecer a importância dos mercados públicos, além de conhecerem de perto a rotina dos espaços, por serem frequentadores.
O vereador Marco Aurélio Filho (PRTB) lembrou da relação histórica dos mercados do Recife com os recifenses e com o turismo. "A gente tem que ir além de uma relação de consumo, é importante que possamos captar esses recursos. Sobre a energia solar, temos um requerimento aprovado pelos vereadores nesse sentido e é importante", declarou.
Já o vereador Osmar Ricardo (PT) destacou que conhece bem o Mercado de Santo Amaro e elencou uma série de questões que precisam melhorar no local, que vem apresentando baixa frequência. Para ele, um dos maiores problemas, é a falta de segurança, que resulta em assaltos e outros problemas.
Em 21.05.2021