Câmara promoverá audiência pública sobre privatização da Eletrobrás e da Chesf

Quais são as consequências locais do projeto de privatização da Eletrobrás e da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), caso ele seja concretizado? Para discutir esse assunto, a Câmara do Recife vai promover no dia 10 de junho, às 9h, uma audiência pública por meio videoconferência. A proposta do debate partiu da vereadora Liana Cirne (PT), que destacou a importância da reflexão durante a reunião Ordinária remota do Poder Legislativo desta terça-feira (25).

Cirne é autora do requerimento nº 4399/2021, que solicita a realização de audiência e que foi aprovado durante a plenária. Ao dar início ao seu pronunciamento, ela lembrou que a aprovação da medida provisória que viabiliza a privatização da Eletrobras e da Chesf, dependerá da análise do Supremo Tribunal Federal, que foi acionado para se posicionar. “Estamos vivendo, neste momento, as consequências de uma votação esdrúxula, que se deu na madrugada do dia 20 de maio, da medida provisória 1031/2021, que viabiliza a privatização da Eletrobras e da Chesf.  Sabemos que a votação dessa Medida Provisória está sendo contestada no Supremo Tribunal Federal por meio de duas ações diretas de inconstitucionalidade e uma arguição de descumprimento de preceito fundamental por violação do rito inerente ao processo legislativo”.

O debate na Câmara, entretanto, vai se concentrar, principalmente, nos impactos da desestatização da Companhia Hidrelétrica do São Francisco para o município. “Por solicitação dos funcionários da Chesf, que tem mais de três mil empregados, vamos sediar aqui na Câmara um debate local sobre os impactos das propostas de privatização. A Chesf é uma empresa que tem um aperfeiçoamento técnico extremamente importante e que cumpre uma função social crucial em Pernambuco. A possibilidade de privatização nos traz larga preocupação sobre os impactos que demissões em massa podem vir a ter na nossa cidade”, disse a vereadora. “É necessário que a gente discuta os efeitos locais que essa privatização que está sendo determinada em nível nacional pode acarretar para a nossa cidade. Com certeza, acarretará péssimas consequências econômicas e humanas. A despeito da discussão ser federal, os impactos econômicos são locais”.

Em 25.05.2021