Cida Pedrosa pede afastamento de quem autorizou agressões

Em reunião Ordinária virtual, da Câmara Municipal do Recife, nesta segunda-feira (31), a vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) referendou a necessidade de exoneração de quem autorizou as agressões contra a manifestação realizada por integrantes dos movimentos sociais sábado (29). O protesto que pediu aceleração no ritmo de vacinação e o impeachment do presidente da República foi encerrado com bombas de gás lacrimogênio, tiros de balas de borracha e muita correria nas ruas do centro. Dois homens estão ameaçados de perder uma visão e a vereadora Liana Cirne (PT) foi agredida com um spray de pimenta.

“O governador afastou os policiais envolvidos na operação e mandou apurar o caso. Mas, não podemos conviver com pessoas que são contra o Estado Democrático de Direito”, disse. Em seguida, Cida Pedrosa leu a nota do seu partido, O PCdoB de Pernambuco. “Essa é a nossa posição, doa em quem doer”, afirmou. A nota afirma que “ao mesmo tempo em que saúda as excelentes manifestações populares realizadas no Recife e em centenas de cidades brasileiras hoje, convocadas nacionalmente pela UNE e endossada pelas demais entidades populares e forças políticas progressistas, também repudia a violência policial perpetrada contra os manifestantes e a vereadora Liana Cirne”.

A nota, assinada pelo presidente estadual do PCdoB-PE, Marcelino Granja,  diz ainda: “Assim, exige do Governo e do Comando da PM a pronta apuração das responsabilidades funcionais por tais barbaridades, incompatíveis com a democracia e as funções de proteção social que cabem às forças de segurança. Tais ações são reflexo da politização criminosa que permeia as forças policiais e militares do país promovida por Bolsonaro, em detrimento de cuidar da nação, de sua economia e da saúde da população. Para o PCdoB, é necessário derrotar os dois grandes males da Nação: o Coronavírus e Bolsonaro, responsável maior pelo sofrimento que aflige nossa gente. E o caminho para isso é a união do povo sob uma frente ampla pela democracia; e a mobilização popular, respeitadas as normas de proteção e distanciamento sanitárias”.

Cida Pedrosa afirmou que os tiros de bala de borracha contra dois cidadãos que não estavam na manifestação, mas foram atingidos, não foram disparados por acaso.  “Só vi manifestações iguais em 2013 e nunca mais tinha visto uma cena daquelas. Sábado,quando os manifestantes estavam se retirando e fechando o ato pacificamente, foram acossados pelos policiais. Receberam balas no olho. E bala no olho não é por acaso, mas um método. Ocorreu semelhante no Chile, onde mais de 400 pessoas ficaram deficientes, sem olho, porque receberam tiros iguais. Atirar bala de borracha na cabeça é um método para se deixar manifestantes com deficiência. O mesmo ocorreu também na Colômbia, onde o povo está está em luta contra o neoliberalismo e o governo de direta. O que ocorreu aqui foi organizado e precisamos chegar aos mandantes”, disse.


Em 31.05.2021.