Dani Portela denuncia abusos e discriminação

A vereadora Dani Portela (PSOL) fez uma retrospectiva de casos em que ocorreram apreensões de armas de fogo e drogas em endereços luxuosos, pertencentes a pessoas ricas. Ela comparou a ação da polícia nesses casos e na comunidade de Jacarezinho, no Rio de Janeiro, que resultou em 28 mortos, e afirmou que, nos lugares nobres, as ações “não terminaram em banho de sangue”. O pronunciamento ocorreu na manhã desta terça-feira (11), durante reunião Ordinária da Câmara do Recife, por videoconferência.

"Trata-se de um genocídio praticado há mais de 500 anos contra o povo negro". Ela convidou a todos a participarem de  um ato que será realizado na Praça do Derby e no Parque 13 de Maio, pelo povo negro sob o tema "Nem bala, nem fome, nem covid, o povo negro quer viver".

Dani Portela disse que um vereador chamou a  operação no Jacarezinho de faxina e que havia aqui na Casa José Mariano defensores de direitos humanos que não defenderam a vida do policial militar. Mas, ela lembrou que defender direitos humanos é defender o direito de todos,  como bem-fazia Marielle Franco,  que defendia policiais militares e nem por isso a vida dela foi poupada. A vereadora disse ainda que era historiadora e tinha de recordar esses fatos para relacionar com a chacina realizada no Rio de Janeiro, na favela Jacarezinho.

Dani Portela disse que estava falando de limpeza e de cortina de fumaça, pois  quando via agentes da segurança fazerem operações dessa natureza, uma cortina de fumaça, porque o narcotráfico movimenta por ano mais 500 bilhões de dólares. “Isso tudo é para criminalizar a pobreza, a miséria e justificar a entrada  nas favelas,  o nome disso é racismo estrutural e criminalização da pobreza.

A parlamentar disse também que alguns haviam usado  a tribuna da Casa de José Mariano para propagar  Fake News, mostrando um vídeo onde aparece uma mulher supostamente dizendo que era mãe de um dos jovens executados, e  é absurdo usar a Tribuna para divulgar esse tipo de informação. “Afinal de qual bandido estamos falando, o dos condomínios de luxo ou os que vivem nas favelas invadidas pela polícia. É muito bom falar quando o bandido é o outro, até quando isso vai continuar essa guerra sob a égide de que bandido bom é  bandido morto. 

 Em 11.05.2021