Projeto de Michele Collins sobre acompanhamento de incapazes em elevadores gera debate
Michele Collins fez uso da tribuna virtual para explicar a proposta e defender sua aprovação. De acordo com ela, o intuito do projeto é evitar que esses indivíduos sofram acidentes, e não limitar os seus direitos. “O que a gente mais quer é que essas pessoas sejam incluídas na sociedade e respeitadas, colocadas naturalmente na sociedade. Nossa proposição é para as pessoas incapazes de exercer a vida civil, aquelas que estão interditadas conforme a lei. O objetivo é proteger”, disse. “Existem pessoas que muitas vezes precisam de apoio, de auxílio, de cuidado. Ninguém vai proibir a pessoa de entrar no elevador, apenas exigir que ela esteja acompanhada. A gente não quer que as pessoas sejam impedidas de ir e vir”.
Em um aparte, o vereador Rinaldo Junior (PSB) sugeriu que a discussão fosse adiada. “O que lutamos é pela inclusão de todos. Vou pedir a Vossa Excelência, que tem uma boa relação com todos aqui na Câmara Municipal, para que adie essa votação para melhorar a proposta a várias mãos. O que queremos é incluir, não coibir”.
Ivan Moraes (PSOL) afirmou que mudaria seu posicionamento desfavorável à proposta caso o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Recife (Comud) apontasse que ele não possui teor capacitista – isto é, de discriminação contra pessoas com deficiência. “Assim como o de Vossa Excelência, o nosso mandato tem como princípio a garantia dos direitos das pessoas com deficiência. Um outro princípio do nosso mandato é o respeito e fortalecimento a todas as instancias da democracia direta. Gostaria que a Casa solicitasse do Comud um parecer sobre essa iniciativa. Caso ele indique o não capacitismo desse projeto, eu posso votar a favor de olho fechado, com toda a vontade”.
Em resposta ao colega, Michele Collins argumentou que o Conselho já foi consultado por ela, o que teria gerado uma mudança no projeto original. “Já entrei o contato com o presidente. Ele conversou comigo sobre isso e me pediu para fazer uma emenda que já foi colocada”. Com a modificação, a proposta passou a compreender como incapazes as pessoas interditadas judicialmente, nos termos da legislação federal sobre o tema.
Em 25.05.2021