Cida Pedrosa comenta votação sobre uso medicinal da Cannabis

A vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) se pronunciou na tribuna virtual da Câmara do Recife sobre a votação, por uma comissão especial da Câmara dos Deputados, do projeto de lei federal 399/2015, que trata da legalização do cultivo da Cannabis sativa no Brasil exclusivamente para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais. Durante a reunião Ordinária remota desta terça-feira (9), ela pediu que os deputados federais da comissão aprovassem a matéria. “Precisamos fazer um apelo aos deputados federais para que votem a favor daquilo que pode salvar e melhorar a vida de muitas famílias”

Após dois adiamentos, o parecer do relator Luciano Ducci (PSB/PR) ao projeto de lei deve ser analisado também nesta terça-feira. Em seu discurso, Cida Pedrosa repercutiu uma pesquisa da organização CIVI-CO que aponta que 70% dos brasileiros apoiam a liberação da Cannabis sativa para fins medicinais.

A vereadora também destacou que a efetividade terapêutica da Cannabis já foi corroborada por diversos estudos, muitos deles elaborados no Brasil. “É um tema que, ao ser discutido, é eivado de preconceitos, falta de conhecimento e obscurantismo. Estamos falando da possibilidade de acolhimento e solução para muitas vidas. Quando a gente fala do uso medicinal de Cannabis, estamos falando de ciência”.

Pedrosa fez questão de exemplificar alguns dos males que podem ser tratados com a Cannabis. “Está provado, hoje, que a utilização da Cannabis para fins medicinais é excelente, por exemplo, para as epilepsias graves. Temos depoimentos de famílias de crianças que convulsionavam 40 vezes ao dia e que passam a convulsionar apenas uma, duas vezes por dia. Algumas até param de convulsionar diariamente”, disse. “Estamos falando, também, de uma doença terrível, a esclerose múltipla. Estamos falando do Alzheimer. Estamos falando da náusea provocada por quimioterapia, fazendo com que a pessoa possa se alimentar melhor. Estamos falando de dores crônicas. Estamos falando da insônia”.

Ela defendeu, ainda, o modelo de cultivo baseado em associações, que torna o óleo mais acessível economicamente para os pacientes. “Aqui fica o meu respeito a todas as associações que plantam, cultivam e fabricam o óleo. Em especial, a Abrace Esperança, sediada em João Pessoa, e que hoje acompanha 12 mil famílias, três mil delas sem pagar nada. Para se ter uma ideia, um recipiente do óleo sai a R$ 200 para quem é sócio da Abrace, enquanto o mesmo recipiente comprado na farmácia e importado dos Estados Unidos custa R$ 3 mil. Ou seja, impossível para famílias de classe média e de baixa renda”.

Em 08.06.2021