Cida Pedrosa faz reflexão sobre reforma da previdência municipal

Com a inclusão, na ordem do dia, do pacote de projetos da reforma da previdência dos servidores municipais, a vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) fez uso da palavra durante a reunião Ordinária remota da Câmara do Recife desta segunda-feira (21) para tratar do tema. De acordo com ela, não são justas as comparações entre os projetos do prefeito João Campos (PSB) com a reforma da previdência entregue pelo presidente Jair Bolsonaro e aprovada pelo Congresso Nacional em 2019.

O discurso da parlamentar foi feito em meio a um debate que colocava em disputa o local político da gestão do prefeito entre os campos do presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na tribuna virtual da Câmara, Cida Pedrosa comentou eventos que marcaram a polarização política do Brasil e as modificações feitas nas últimas décadas na previdência do país.

“O Brasil se enlutou quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou para o Congresso Nacional uma Reforma Previdenciária que precarizou o trabalho. Naquele momento, o Brasil vivia em pleno emprego e grande crescimento econômico. Esperávamos que chegasse a reforma política e da comunicação, mas o presidente Lula enviou essa reforma”, lembrou. “O Brasil se enlutou quando a presidenta Dilma foi derrubada por um golpe antidemocrático. O Brasil se enlutou profundamente quando a gente deixou passar no Congresso Nacional a reforma de Bolsonaro, que faz com que todos os municípios e estados tenham que se adequar. Mesmo com nossa luta, por exemplo, esta reforma cria um embate nos municípios”.

Pedrosa disse não estava satisfeita com a reforma da previdência municipal, mas que não é possível identificar a gestão de João Campos com o bolsonarismo. “Não gosto dessa reforma. Ela precariza as mulheres. Estou lutando com emendas para manter a diferença de cinco anos para que mulheres possam se aposentar. Mas não podemos faltar com a verdade e deixar de dizer de onde veio essa precarização. Escandaloso foi um operário encaminhar aquela reforma. Eu sou vítima disso. E olhe que eu estou lutando para ele voltar à presidência de novo, porque foi o melhor presidente do Brasil”, disse. “Mas a gente tem que deixar as coisas claras: comparar João Campos a Bolsonaro não está certo. Se compararmos a Lula, a diferença é pequena. Estamos vivendo um momento ultraliberal e conservador, que faz com que municípios com prefeitos progressistas tenham que se adequar a uma reforma bolsonarista cruel”.

Em 24.06.2021