Comissão de Acompanhamento ao Coronavírus recebe secretário de Educação
Inicialmente, o secretário de Educação Fred Amâncio explicou como será a volta às aulas presenciais no Recife, a partir do dia 3 de agosto, começando com o ensino fundamental e depois o infantil. Afirmou que as aulas foram interrompidas em 18 de março de 2020 e alertou que em períodos longos de afastamento, como os de crises sanitárias e desastres ambientais, é gerado o abandono escolar. “E mesmo em países mais estruturados, existe prejuízo ao aluno se manter, exclusivamente, o ensino remoto. A escola é um local de proteção social contra as vulnerabilidades que os estudantes têm em casa. A unidade educacional tem segurança alimentar. A Sociedade Brasileira de Pediatria já alertou sobre a necessidade das aulas presenciais”.
Fred Amâncio salientou que foi elaborado um protocolo sanitário e que equipamentos de segurança foram adquiridos aos estudantes e todos os funcionários. “O documento foi trabalhado em parceria com a Secretaria de Saúde. Foram adquiridas máscaras para todos os estudantes e funcionários das escolas. O face shield também foi comprado, mesmo não sendo obrigatório, para ser distribuído com todos os profissionais das escolas. Além de termômetros, tapetes sanitizantes estarão disponibilizados para as 320 unidades da rede, além de pulverizadores, totens de álcool gel, entre outros itens”.
O secretário afirmou que haverá, brevemente, o lançamento da ferramenta de ensino híbrido e citou melhorias na infraestrutura das unidades. “Ampliamos a quantidade de pias, principalmente em áreas externas, e aumentamos o contrato com os carros-pipa. Todas as escolas terão ensino híbrido e o Recife adquiriu um sistema bem moderno. Vai haver um anúncio desse programa, na próxima semana, com o prefeito João Campos. O Recife alcançará um novo patamar em relação ao ensino híbrido. Talvez, nesse momento atual de pandemia, como diria o vereador Tadeu Calheiros, as crianças estão mais protegidas nas escolas do que do lado de fora delas. Vemos crianças jogando bola e sem máscaras. E nas escolas, pelo menos, elas estarão de máscaras e sabendo como devem se proteger”.
No momento de perguntas dos vereadores, Ivan Moraes (PSOL) questionou o secretário a respeito do orçamento designado para a retomada das aulas e, também, sobre a aquisição de máscaras de pano, ao invés do modelo PFF2. “Sobre o orçamento, estamos levantando dados. Temos um volume de gastos até agora, mas me comprometo a responder posteriormente. Sobre as máscaras, a definição no país inteiro era a de que as cirúrgicas seriam prioridade aos profissionais de saúde. Se o estudante tiver a necessidade de trocar, o custo seria alto”, disse o secretário.
O vereador Marco Aurélio Filho (PRTB) perguntou sobre a situação da vacinação aos profissionais da educação. “O Recife foi um dos primeiros do Brasil a começar pelos trabalhadores de educação, 40+, para todos os que trabalham nos ambientes das escolas, desde professores até terceirizados. Na sequência, na última semana de maio, o Recife avançou para todas as idades: acima de 18 anos. Se algum profissional não foi vacinado, fez essa opção por motivos pessoais”, respondeu o secretário.
O vereador Tadeu Calheiros (Podemos), que é médico pediatra, ressaltou a segurança das escolas na vida das crianças e questionou se haveria um plano proposto para as condições de cada unidade educacional. “Sei bem os documentos das entidades e que o local mais seguro para as crianças é a escola. Uma criança que se educa nesse momento será mais preparada para os desafios, diante de uma crise sanitária”, disse o vereador.
Em resposta a Tadeu Calheiros, o secretário Fred Amâncio falou que todos os estudantes não estarão apenas no presencial. “O protocolo obriga a redução de estudantes na sala de aula. Algumas escolas terão 30% dos estudantes, outros 50%. Cada escola irá se adaptar à regra do distanciamento. Não importa o tamanho da escola, ela estará adaptada. Nosso trabalho será incansável na melhoria da infraestrutura. O um metro e meio será respeitado. Na questão da ventilação, o ideal seria a ventilação natural, mas não é salubre no Recife. O protocolo cita que deve haver constante limpeza dos filtros do ar-condicionado. E iremos fazer os ajustes necessários durante a retomada”.
Representando a vereadora Ana Lúcia (Republicanos), o assessor Lucas Oliveira perguntou ao secretário como o plano de volta às aulas tratará os déficits educacionais. “A gente sabe que existem prejuízos grandes e teremos um desafio maior. É impossível alfabetizar uma criança à distância. Ela vai cansando ao longo do tempo. Não criar um vínculo da criança com a escola faz com que aconteça o abandono escolar. Se a gente já tem os desafios presenciais de todo o conteúdo, todos os anos normalmente, imagina no remoto? Tem que avançar e repor uma parte do conteúdo. Tivemos um abandono escolar e estamos no processo final de um estudo. Vamos ter um dia D de busca ativa escolar com palestras e mobilizações porque tem estudante que está afastado por conta das dificuldades em não conseguir acompanhar o ensino remoto”.
Finalizando o encontro, o vereador Eriberto Rafael lembrou que a Comissão Especial Interpartidária de Acompanhamento ao Coronavírus já promoveu encontro com representantes de conselhos, de gestores, conselheiros tutelares e do sindicato da rede de ensino particular sobre a questão da retomada das aulas. “Eles formularam uma série de questionamentos em relação ao plano de retomada. Estamos todos preocupados com a evasão escolar e eles indagaram se a conectividade estará de forma ideal. Vemos escolas pequenas, de bairro, fechando, além de ter aumentado a procura na nossa rede pública municipal", afirmou.
De acordo com o secretário Fred Amâncio centenas de escolas foram fechada. "Foram fechadas mais de 200 unidades em todo o Estado. Desde pequenas até grandes. Muitos estudantes estavam nessas pequenas escolas particulares e migraram para a rede. A meta do prefeito é dobrar as vagas em creches no Recife em quatro anos. Temos creches em obras, mas temos que fazer ainda muito mais. Em relação à conectividade, todos os professores efetivos possuem notebook e um chip com internet”, disse.
Em 17.06.21