Dani Portela pede diálogo sobre reforma da previdência do município

A chegada de três projetos de lei do Executivo que tratam de mudanças na previdência dos servidores municipais foi destaque no pronunciamento da vereadora Dani Portela (PSOL), durante reunião Ordinária da Câmara do Recife, na manhã desta terça-feira (8). Ela ela disse que se trata de “um tema indigesto e que retira direitos da classe trabalhadora”.

"O PSOL nasce justamente de uma ruptura com um projeto de uma reforma da previdência ainda no governo Lula. A pauta reformista retira direitos da classe trabalhadora e direitos conquistados historicamente, principalmente quem está na ponta e mais precisa, como as mulheres", afirmou a parlamentar. Ela citou em seu pronunciamento que foi realizado um ato simbólico em frente à Camara nesta manhã, cobrando dos parlamentares a discussão das proposições.

Foram apresentados nesta segunda-feira (7), ao plenário virtual da Câmara Muncipal,  os três projetos do Executivo, todos tramitam em regime de urgência, ou seja, têm um prazo menor para recebimento de emendas. O de número 16/2021 - altera a lei municipal nº 17.142/  2005, que reestrutura o regime próprio de previdência social do munícipio do Recife;  o projeto de lei número 17/2021 - institui o regime de previdência complementar e fixa o limite máximo para aposentadorias e pensões dos servidores públicos dos poderes Executivo e Legislativo do município  e o de número  18/2021 - institui o “Programa de Desligamento Voluntário - PDV” dos empregados públicos da administração indireta do Recife.

Dani Portela lembrou que,  quando deputado federal em 2019, o prefeito João Campos votou contrário à Reforma da Previdência federal. " Queria trazer algumas perguntas: qual o impacto dessa reforma na vida das mulheres, uma vez que ela aumenta substancialmente a idade de aposentadoria das mulheres e sabemos que a mulher tem tripla jornada de trabalho devido à divisão injusta do trabalho doméstico, e ainda ganhamos menores salários? Outro tema que precisamos aprofundar seria o escalonamento da alíquota, porque na reforma como está, quem ganha menos vai pagar mais, e não é justo que uma pessoa que ganha um salário mínimo contribua na mesma alíquota de quem ganha 10 salários mínimos, porque o impacto dessa reforma na vida de quem ganha menos é maior", pontuou.

A vereadora comentou que o Brasil é um dos países com maior carga tributária no mundo. " Por fim, queria fazer uma provocação para os colegas se debruçarem sobre esse tema, já que estamos com o prazo aberto para propostas de emenda: Qual é o déficit que a Prefeitura fala? Precisamos entender que déficit é esse porque o atuarial é diferente do governo do Estado e da Prefeitura que, até o ano passado, a gente não via esse déficit de maneira evidente. Queremos saber qual é o déficit e como essa reforma pode ajudar a suprir".

Em 08.06.21