Michele Collins elogia requerimento da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher

A vereadora Michele Collins (PP) parabenizou o requerimento de número 5152/2021, de autoria da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, dirigindo apelo ao Ministério Público de Pernambuco para que sejam apuradas as falas de ódio e ameaças perpetradas contra a vereadora do Recife Liana Cirne (PT), nas redes sociais. “Presto a minha solidariedade a Vossa Excelência e pelo seu trabalho. Concordando ou não com a senhora, esta é sua missão política, é o seu trabalho, e eu não concordo com nenhum tipo de violência”, afirmou, na reunião Ordinária da Câmara Municipal do Recife realizada na manhã desta segunda-feira (14).

Michele Collins se referia às agressões que Liana Cirne sofreu no dia 29 do mês passado, quando ela participou da manifestação contra o Governo Federal. Mesmo sendo vítima, Liana Cirne ainda foi ameaçada nas redes sociais como twitter, instagram, facebook, blogs e sites de notícias. O requerimento da Comissão da Mulher foi aprovado. “Sou suplente da Comissão e parabenizo pela iniciativa. Inclusive, quero pedir desculpas porque no dia em que a vereadora pediu o apoiamento para o enfrentamento da causa da mulher, eu falei que não iria assinar. Não votei porque nunca tive o apoio desta Casa para todas as vezes em que também sofri violência. Não foram poucas, mas diversas vezes. Nenhum vereador desta Casa jamais me apoiou. Das vezes que precisei, eu mesma fui em delegacias”. Ela acrescentou que já foi vítima de ataques virtuais e de fake news. “A gente fica assustada, olhando para os lados. É algo muito triste e precisamos acabar com isso”.

Michele Collins disse que sofreu violência por conta de seus posicionamentos e ideologia apresentados na Câmara Municipal do Recife. “Já forçaram para abrir o meu gabinete e eu já tive que ser deslocada em carro blindado em quatro ocasiões. A bancada feminina, com todas nós, agora está mais forte. Mas, quero registrar que, da mesma forma que a vereadora foi vítima de agressão em redes sociais, eu também já fui. Na verdade, foram verdadeiros espancamentos mesmo, tanto que até hoje eu tenho sequelas em minha casa. As agressões já atingiram até a minha família. Minha filha de 22 anos, por exemplo, não fez universidade federal, e nem vestibular porque fica com medo”, disse.

A vereadora acrescentou que apesar de todas as violências de que foi vítima “a pior foi ver nas redes sociais as manifestações de ódio contra mim por causa de uma publicação da vereadora Dani Portela (PSOL). Ela publicou uma nota contra mim e houve manifestações de todo tipo, vi comentários dizendo que sou a missionária do demônio, com palavras torpes e de baixo calão”. Michele Collins disse que pretende levar o caso para a Comissão de Ética da Câmara Municipal do Recife analisar.  O vereador Paulo Muniz (Solidariedade) pediu um aparte e disse que Dani Portela “propagou o discurso do ódio” ao comentar que “os pobres elegeram uma pessoa desumana como Michele Collins”. Em reação ao aparte, Michele Collins se disse emocionada e ressaltou que “esta foi a primeira vez que um vereador se levantou em meu favor”.

A vereadora Dani Portela também pediu aparte para se defender da acusação de que está propagando discurso de ódio. “Vou reproduzir aqui o que coloquei nas minhas redes, na semana passada. Eu disse que era um absurdo que a Câmara Municipal do Recife tivesse rejeitado as emendas que tratavam da violência contra as mulheres, por se referirem a mulheres trans, e que esta rejeição contou com o apoio justamente de Michele Collins. Para quem assistiu ao discurso, ele foi público e está gravado”. Dani Portela contestou a acusação de que reproduziu uma fake news e explicou que essas ocorrem “quando alguém inventa o que não aconteceu”.  Disse, ainda, que “em nenhum momento eu propaguei o discurso do ódio, pois sou contra violência. Se a minha posição trouxe um discurso de ódio, eu me desculpo pelas consequências causadas contra a vereadora Michele Collins”, disse.


Em 14.06.2021.