Após comentários contra Bolsonaro, Paulo Muniz pede atenção para temas municipais
“Entendi que a minha eleição como vereador do Recife era para tratar dos problemas da cidade. Esta é uma cidade com muitos problemas, como arboviroses, buracos no calçamento, esgoto, habitação, segurança. No entanto, alguns vereadores, como a vereadora Liana, usam o seu espaço na tribuna só para falar de Bolsonaro”, afirmou Muniz.
Além de manifestar desconforto com adjetivos que teriam sido usados por Cirne para se referir ao presidente da República, ele procurou responder, ainda, a alguns comentários sobre o aumento de preços e a política econômica da gestão Bolsonaro. “Sobre a questão da energia, em 2013 a sua presidente Dilma [Rousseff (PT)], através de uma medida provisória populista, baixou a conta de luz para ganhar a eleição. E aí vem a vereadora Liana dizer que Dilma se preocupava com a Petrobras, que foi saqueada no governo do PT”.
O vereador Dilson Batista (Avante) também se mostrou insatisfeito com termos usados pela vereadora e fez uma comparação do poder de compra percebido na gestão atual e na última gestão federal do Partido dos Trabalhadores. “Em 2014, quando Dilma era presidente, o combustível era R$ 2,98. Proporcionalmente ao salário-mínimo, era mais que 0,5%. O valor de hoje é colocado como um absurdo, mas, proporcionalmente, o valor do combustível está praticamente igual. É uma questão de falta de respeito as palavras de baixo calão colocadas contra o chefe do Executivo do País”.
A vereadora Dani Portela (PSOL) argumentou que o Recife sente os problemas que o País enfrenta e recordou o uso de termos de baixo calão pelo presidente Jair Bolsonaro. “Recife não é uma ilha. É um município dentro de um Estado, dentro de uma federação. Dentro de um país que ampliou as desigualdades. Quando Vossa Excelência falou dos adjetivos que foram trazidos a esta tribuna, não tive como não lembrar da recente fala do presidente, que chamou de ‘idiota’ quem disse que era melhor comprar feijão do que fuzil. O aumento dos alimentos tem sido gradativo e quase 19 milhões de pessoas vivem agora em insegurança alimentar, que é um nome bonito para a fome”.
Direito de resposta – Após o discurso de Paulo Muniz, foi concedido direito de resposta à vereadora Liana Cirne. “O direito de resposta é devido quando é censurada uma vereadora da cidade do Recife, eleita pelo voto do povo do Recife, que caminha pelas ruas da cidade do Recife, conversa com as pessoas e sabe os inomináveis adjetivos da péssima e irresponsável política que o presidente impõe sobre todas e todos nós. As pessoas estão sofrendo sem poder pagar energia elétrica e gasolina”, disse. “Muito me espanta que alguns colegas achem que eu precise de aprovação para usar a tribuna. Dizer o que eu posso ou não falar não é papel de nenhum colega nosso. Dizer o que eu teria a possibilidade ou não de falar é uma violência. E eu não aceito”.
Em 30.08.2021