Cida Pedrosa alerta para ameaça de ruptura institucional no País
“É lamentável que hoje, quando o Congresso se organiza para votar a legislação eleitoral, o presidente da República se organize em frente à Esplanada dos Ministérios para receber carros de guerra da Marinha do Brasil. É lamentável que o Estado Democrático de Direito esteja sendo aviltado dessa forma”, analisou. “A construção da democracia neste País é resultado de muitas forças e de muito sangue. Em todos os momentos em que nós enfrentamos a ditadura, o resultado foi um rastro sombrio de sangue vertido por aqueles que acreditam que a democracia é o único caminho para vivermos em paz e lutarmos por justiça social e inclusão”.
Cida Pedrosa apontou que as relações institucionais entre os Poderes se deterioram ainda mais em tempos recentes. “Bolsonaro namora o tempo inteiro com a política fascista e com o obscurantismo. Durante os últimos meses, recrudesceu a sua desfeita contra as instituições: contra o Tribunal Superior Eleitoral, contra Supremo Tribunal Federal, contra o próprio Congresso e contra qualquer um e uma que ouse confrontá-lo nas ideias. Governos fascistas não aguentam a luta de ideias porque acreditam que a ideia é uma única”.
Destacando o papel de seu partido no enfrentamento à ditadura militar brasileira instalada em 1964, afirmou que o presidente tem se concentrado não na resolução dos problemas no País, mas no acirramento político. “Nós, do PCdoB, rechaçamos aqui nesta Câmara todo o construto autoritário que o governo Bolsonaro está fazendo. O presidente não sai para o front para resolver as crises sanitária, econômica e política. Só sai para fazer campanha e se organizar autoritariamente contra a democracia”, disse. “Um golpe tem rebatimento direto nesta Casa. Lutar pela democracia é lutar pela Casa de José Mariano, pela Casa de Joaquim Nabuco, por um Congresso Nacional livre e pelas instituições funcionando e pela possibilidade de cada filho desta pátria de construir sua vida conforme deseje. Esta Casa precisa rechaçar qualquer intuito autoritário do desgoverno Bolsonaro”.
Em 10.08.2021