Dani Portela fala dos 15 anos da Lei Maria da Penha
De acordo com Dani Portela, com a pandemia do novo coronavírus, em que as pessoas foram obrigadas ao isolamento social, houve também uma “verdadeira epidemia de casos de violência contra a mulher” em todo o Brasil. O número de casos aumentou. “Mas, no Recife, especificamente, os dados da Secretaria de Defesa Social dizem que houve registro de 38 assassinatos por feminicídio, o que é muita coisa. Isso representa um aumento de 35,7% dos casos, comparando com o mesmo período do ano passado”, lamentou.
Ainda segundo a vereadora, a Prefeitura do Recife tem informações dizendo que os casos de violência são maiores junto às mulheres negras e da periferia. “Portanto, nós traremos esse tema para a tribuna desta Casa incansavelmente, pois o problema da violência contra mulher é histórico e culmina muitas vezes em morte. Nós temos que lutar pela vida das mulheres negras, periféricas e LBTs. Precisamos pensar nas mulheres lésbicas, transexuais e travestis, nesta Casa. Vamos pensar, inclusive, no momento em que estivermos debatendo as leis orçamentárias, para que se possa adotar políticas públicas municipais eficazes, nesse sentido”, disse.
Para além da punição - Em outro discurso na mesma reunião plenária remota, Dani Portela voltou ao abordar o assunto e lembrou a história de Maria da Penha, mulher cearense que teve a sua vida marcada pela violência doméstica. A parlamentar acrescentou, ainda, que a Lei Maria da Penha ganhou efetividade em sua face punitiva, mas precisa dar muitos passos em relação aos dispositivos que visam prevenir a violência e empoderar as mulheres.
“Precisamos trazer efetividade para a punição e nisso a Lei Maria da Penha avançou. Avançou com um Estado penal e com medidas protetivas, já que basta a palavra da mulher para conceder medidas que afastam o agressor”, disse. “Mas a lei tem dispositivos que tratam de prevenção, e nisso avançamos muito pouco. Seriam medidas para coibir a violência e que falam do empoderamento das mulheres, de garantia de emprego e renda. Falam de autonomia, de fortalecimento e de enfrentamento às desigualdades de gênero que são históricas na sociedade brasileira. Passaram-se 15 ano temos muito o que comemorar, mas também muito o que fazer”.
Em 09.08.2021.