Dani Portela lembra participação do Provida-PE em ato de constrangimento a criança vítima de estupro
O requerimento de Collins e Alecrim busca congratular o grupo Provida-PE “pelos relevantes serviços prestados em prol dos valores cristãos e da família tradicional brasileira”. Antes da votação desta segunda-feira, havia sido retirado de pauta em duas ocasiões, ambas por pedidos de vista.
Ao pronunciar-se na tribuna, Portela lembrou que a maior parte dos crimes sexuais cometidos contra crianças são praticados por pessoas próximas, inclusive da família, como ocorreu no caso da criança hostilizada no Recife. “Essa menina começou a ser estuprada aos seis ou sete anos de idade, quando ela deveria ser protegida. A maioria dos crimes sexuais contra crianças não acontecem nas ruas. Quase 90% desses crimes acontecem dentro das casas, das escolas, das instituições religiosas, onde essas pessoas deveriam ser protegidas e cuidadas. Imaginem o que é uma gestação para uma criança que trocou o brinquedo pela dor da violência sexual, pelo silenciamento, pelo medo, pelas ameaças. Tudo isso praticado por um tio, alguém muito próximo”.
A vereadora disse ter presenciado o ato que constrangeu a menina e indicou que não seria possível separar o voto de aplauso do episódio. “Não é uma defesa da vida que está em curso aqui. É aplaudir um instituto que promoveu um circo de horrores. Foi justamente esse grupo, o Provida, que hoje se propõe que seja aplaudido, que fez um horror na vida daquela criança. Foi esse grupo que foi para a frente daquela maternidade para protestar contra o procedimento”, disse. “Eu estava ali. Aquela criança desceu assustada. Do carro daquela criança, se ouviam vozes chamando de assassina uma menina de apenas dez anos, com medo. O Provida conduziu aqueles atos. Não tem como coadunarmos com atitudes como essa”.
Em 23.08.2021