Liana Cirne critica bandeira vermelha da energia e aumento do combustível

Em crítica ao aumento do combustível e à bandeira vermelha da energia, a vereadora Liana Cirne (PT) teceu comentários sobre o andamento da gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no País. Na reunião Ordinária virtual da Câmara do Recife desta segunda-feira (30), a parlamentar ressaltou que "o presidente da República tem sido falacioso em relação a outros chefes do Executivo. Refiro-me às mentiras que ele tem contado em relação aos governadores dos Estados".

"A gente não pode deixar de chamar a atenção para o fato irônico de que esse senhor disse que a nossa bandeira jamais seria vermelha e, no entanto, a bandeira está vermelha. No governo do PT, a bandeira era verde e amarela. No entanto, agora a gente não consegue pagar a energia porque a bandeira está vermelha e essa é apenas mais uma das mentiras dele", ironizou. 

Liana Cirne chamou a atenção, também, para o aumento da energia elétrica e do impacto disso na casa das pessoas. "A gente não consegue mais pagar a energia e as pessoas estão tendo que mudar a sua rotina. Não estou falando de ar-condicionado, estou falando de gente que não está conseguindo manter a geladeira ligada, que está esperando anoitecer, ficar escuro, e mesmo assim manter a luz desligada porque não está conseguindo pagar a conta. Este homem está convocando manifestações de extrema direita para pedir o fechamento de um dos pilares da República, que é o Judiciário. Sou professora de direito há 25 anos e já fiz muitas críticas ao judiciário brasileiro, seguramente nenhuma delas autorizava qualquer conclusão de que ele tinha que ser fechado", afirmou. A parlamentar comentou, ainda, que o ato do presidente é contra os princípios constitucionais. 

Ao afirmar que a culpa do aumento do combustível não é dos governadores e nem do impacto causado pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias  e Serviços (ICMS), Cirne explicou que não é preciso entender de tributo para ter noção do que está acontecendo. "O presidente acha divertido dizer que a culpa da gasolina é de um dos impostos mais importantes para a manutenção de um Estado. Se acabar com o ICMS, Pernambuco vai à falência rapidamente, assim como qualquer outro Estado. Não existe política pública sem o ICMS, basta dizer que hoje ele é o mesmo que era em 2014, quando o litro da gasolina era R$ 2,86 e "os coxinhas" achavam caro. O milagre que o liberalismo econômico pode fazer é transformar o litro da gasolina de R$  2,86 para R$ 7. Quem segurava o preço da gasolina era a Petrobrás por determinação da presidência. O Ministério Público Federal, que depois veio a ser um braço da operação criminosa Lava Jato, processou o ministro Guido Mantega e a diretora da Petrobrás Graça Foster por manter o litro da gasolina e segurar o aumento com a oscilação do dólar", lembrou. 

A vereadora também apontou que a política federal prioriza o lucro dos grandes empresários, não o da população brasileira. "O presidente mente quando coloca a culpa nos governadores e no ICMS. A culpa é da política federal de priorizar o lucro dos acionistas em detrimento dos direitos dos consumidores brasileiros. A gente sente o impacto disso no Recife. Por onde eu caminho o assunto principal que as pessoas vêm conversar comigo é esse".

Em 30.08.21