Cida Pedrosa defende não adesão a PNLD no Recife
A solicitação repercute um documento de especialistas intitulado Carta Aberta aos Secretários de Educação do Estado de Pernambuco sobre a Adesão ao Programa Nacional do Livro e do Material. No discurso feito na plenária, Pedrosa frisou as inadequações técnicas do PNLD 2022. “A discussão, aqui, é técnica. As discussões havidas nas grandes escolas de pedagogia do País hoje é que o modo antigo de ter livros didáticos que levam ao processo unicamente cognitivo da criança para ela se alfabetizar impede todo o crescimento individual possível quando se trabalha com essa mesma criança com os seus saberes, as suas realidades, quando se dá tempo para que ela compreenda o mundo. Estamos falando de crianças, não de estudantes”.
A vereadora salientou que sua proposta não pede que não sejam utilizados livros no ensino infantil. Ela defendeu o uso de livros informativos e de literatura, bem como “parquinhos, areia, brinquedos, papel, tinta, pinceis, espaços físicos dignos das crianças e dos docentes”.
“Não estamos falando de proibição ao livro, muito pelo contrário. O edital PNLP 22 coloca o desenvolvimento de habilidade de preparação para a alfabetização como eixo central para a vida escolar, pessoal e profissional do estudante. Estamos falando de crianças. A criança é um sujeito que aprende nas interações, brincadeiras, relações e práticas do cotidiano. Não podemos admitir que criança seja moldada como um profissional”, explicou.
Cida Pedrosa também disse que a adesão ao Plano criaria uma cartilha única de ensino infantil, sem respeitar a diversidade das culturas brasileiras. “Outro problema é que, quando você tem um edital nacional para esse tipo de livro, não se respeitam as diferenças regionais. É um bloco único. O mesmo livro da criança aprendendo o ‘AEIOU’ no Rio Grande do Sul é o da criança daqui. Mas crianças em idade pré-escolar precisam de estímulos para desabrochar. E, dentre esses estímulos, está o livro de literatura”.
Em 28.09.2021