Ivan Moraes critica comportamentos em abordagens da Polícia Militar
O requerimento de número 8172/2021 narra o caso da abordagem de um jovem negro na Estação do Barro, em 12 de agosto. De acordo com a justificativa da proposição, três policiais renderam o rapaz e dois apontaram a arma para ele, que teria sido, ainda, jogado contra a parede e recebido chutes, durante a revista. Sua mochila foi vasculhada e nada foi encontrado que pudesse incriminá-lo.
A segunda proposição do parlamentar, de número 8906/ 2021, diz respeito a uma abordagem policial na Praça Maciel Pinheiro, no dia 20 de agosto. Em sua justificativa é contado que naquela noite, o coordenador do Movimento Nacional da População de Rua no Rio Grande do Norte, Vanilson Torres, presenciou, pelo menos, "cinco viaturas e sete motos da PM com lanternas procurando nas plantas se encontravam algo e policiais masculinos revistando as mulheres em situação de rua".
Segundo Ivan Moraes, os dois requerimentos tratam de situações bastante semelhantes. Ele reforçou que o voto de repúdio não era direcionado à Polícia e, sim, para os excessos cometidos nas abordagens. “O voto de repúdio é como o Estado se comporta e a diferença de comportamento a condições de raça e classe social. A situação do primeiro requerimento, por exemplo, o policial apontou uma arma, chutou e disse palavras de baixo calão. Apontar arma para quem faz busca pessoal não é protocolo da Polícia. E chutar perna para ser revistado também não. Fato semelhante aconteceu em relação ao segundo requerimento. Nota-se uma quantidade de viaturas em busca de pessoas de rua ou algum motivo para recolhê-las. Uma pessoa que representa o movimento de pessoas em situação de rua, quando indagou a Polícia, foi enxotado do local e uma mulher foi revistada por um homem. Isso é proibido. Ninguém gostaria que pessoas conhecidas levassem uma busca pessoal nesses modos. Somos contra a violência e não contra a Polícia”.
No aparte, o vereador Renato Antunes (PSC) disse que entendia as razões em relação à abordagem, mas que atitudes como essas não se combatem em forma de repúdio. “Deveria ter feito uma notícia-crime. Não posso repudiar toda uma corporação. Uma denúncia na Ouvidoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) ou no Ministério Público de Pernambuco, por exemplo. Tem que se dirigir ao fórum competente e isso vai reverberar em toda a Polícia que faz um excelente papel. Existem meios mais adequados. Eu voto contrário e peço compreensão da Casa”.
Em 13.09.21