Júnior Tércio lamenta decisão do ministro Roberto Barroso sobre proibição de missões religiosas em áreas indígenas

No grande expediente da plenária virtual da Câmara Municipal do Recife, desta segunda-feira (27), o vereador Júnior Tércio (Podemos) demonstrou descontentamento em relação à decisão do ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determinando a proibição da entrada de missões religiosas em áreas com indígenas isolados ou de recente contato. A decisão do ministro atendeu a um pedido da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e do PT.

“Isso deixa clara a decisão do PT que está usando a Justiça para tentar perseguir a nossa fé. Essa intenção do PT e essa fixação nos nossos valores falam muito da estruturação da nossa sociedade, da nossa cultura judaico-cristã. Temos um calendário, nossas leis, o valor pela família tradicional e, infelizmente, vemos tudo isso jogado ao escanteio”, disse Júnior Tércio.

Em outro momento da reunão plenária, no chamando pequeno expediente, o vereador já tinha falado sobre este assunto. Ele disse que a decisão teria caráter anticristão, uma vez que a proibição se estende às missões religiosas. “Essa decisão ignora o papel das missões religiosas, que têm uma atuação histórica nas terras indígenas. Sejam evangélicas ou católicas, têm como objetivo levar alento a áreas indígenas”, afirmou.

Tércio não deixou de tecer críticas ao Partido dos Trabalhadores, que propôs a Ação Direta de Inconstitucionalidade analisada por Barroso. “É mais um ataque que os cristãos sofrem vindo do PT, que eu ficaria muito à vontade de chamar de Partido das Trevas. É um verdadeiro golpe baixo à nossa fé, um exemplo de perseguição religiosa, uma vez que o ministro utiliza argumentos da pandemia, a vulnerabilidade do povo indígena. Isso não existe. É jogar na lata do lixo a nossa garantia de liberdade religiosa”.

A vereadora Michele Collins (PP)  compartilhou da opinião do parlamentar e destacou que foi positivo contar com a participação de uma representante do Partido dos Trabalhadores, durante o debate (vereadora Liana Cirne). “Deu para a parlamentar esclarecer bem e traduzir o que a gente já sabe e quer dizer. Estamos falando de nos ter tiradas essas missões que falam do Evangelho e socorrem aquelas pessoas. Nós sofremos perseguições religiosas. Tanto sobre o governo federal, quanto sobre os religiosos, especialmente entre os evangélicos. Liana Cirne deu uma aula sobre a proposição do ministro. Então o que tem a ver as missões serem barradas nos territórios indígenas? Eles usam de subterfúgios para atingir e fica bem clara a perseguição e intolerância religiosa. Se fosse algo contra o governo, deveria ser deliberado contra o governo e não às agências missionárias que desenvolvem um trabalho tão importante”.  

A vereadora Ana Lúcia (Republicanos) questionou se algum indígena foi escutado e  afirmou que o trabalho desenvolvido pelos missionários é valoroso. “Algum dos indígenas foi ouvido? Não perguntou, a quem mais interessa, a importância das missões religiosas. Assim como também não procurou ver outras formas de inserção às aldeias. Se a intenção era proteger, no que as missões, de várias denominações, ferem e propagam doenças se os missionários cumprem o protocolo sanitário? Isso foi perseguição aos missionários que há anos fazem um trabalho social e levam a palavra de Deus”.

Em 27.09.21