Liana Cirne refuta tese de perseguição religiosa em decreto do Governo de PE

O sancionamento, na última segunda-feira (27) de um decreto estadual que cria em Pernambuco o Passaporte Digital de Imunização contra a covid-19 foi tema de debates na Câmara do Recife nesta terça-feira (28), durante a reunião plenária remota. Na ocasião, a vereadora Liana Cirne (PT) se posicionou sobre o assunto para rebater críticas de outros parlamentares que indicaram que a determinação visava a restringir liberdades religiosas. Na tribuna virtual, ela pediu que os colegas lessem na íntegra o documento, que obriga a vacinação não só para participantes de grandes aglomerações de culto, mas para diversos tipos de eventos e estabelecimentos.

“Está sendo tratado como guerra santa o que é, na verdade, uma guerra contra a covid-19. Tenho a impressão de que somente o artigo primeiro do decreto foi lido. As falas foram no sentido de que seria persecutório e que somente se vislumbra as igrejas. Não é o caso”, afirmou Cirne. “Está previsto tudo o que meus colegas reclamaram que não está previsto no decreto. Shopping centers, galerias comerciais, feiras de negócios, escritórios comerciais, estabelecimentos de prestação de serviços em geral, restaurantes, lanchonetes, lojas de conveniência, bares, espaços e casas de recepção e de eventos, clubes sociais, salas de cinema, teatro, circo, museus e demais equipamentos culturais”.

A parlamentar lembrou, também, que a imunização é uma estratégia que precisa de ampla adesão social para funcionar, não servindo como forma de proteção individual. “A gente precisa responder isso compreendendo que vivemos um momento pandêmico grave. As igrejas não querem seus fiéis mortos pela covid. Os shoppings não querem seus clientes mortos pela covid. Exigir a vacinação não é responsabilidade de um ou do outro, mas uma responsabilidade coletiva. A vacinação não é um processo de imunização individual. Ou a sociedade fica toda imunizada, ou não funciona. A vida em sociedade nos exige essa responsabilidade”.

Em um aparte, o vereador Alcides Cardoso (DEM) repercutiu um depoimento da deputada estadual Priscila Krause (DEM) sobre a morte de sua mãe por covid-19 poucos dias antes de a vacina ser disponibilizada. Ele frisou a necessidade de encarar a imunização como uma responsabilidade coletiva. “Não podemos nem politizar a vacina e nem colocá-la no meio da religião. Eu queria que todos lessem o decreto. Não sou da parte do governo, mas venho aqui falar que todas as atividades estão incluídas, não só as igrejas. A vacina é uma questão de saúde pública. Ela é coletiva, ou não tem imunização. Acredito que temos que conviver com isso daqui para a frente”.

Em 28.09.2021