Acessibilidade e Mobilidade Urbana discute Pesquisa Origem-Destino Recife 2021

Ao fazer uma breve apresentação da composição da Pesquisa Origem-Destino Recife 2021, que teve início há 15 dias, a gerente da CTTU, Marília Pina, explicou que a decisão para fazer esse estudo ocorreu após maior observação da volta da movimentação das pessoas nas ruas da cidade com as flexibilizações da pandemia. "O objetivo da pesquisa é identificar a mudança nos hábitos de deslocamento da população para fazer um replanejamento da cidade. Algumas cidades estão realizando essa pesquisa com o mesmo objetivo, só que a nossa é mais completa", disse. Neste ano, assim como em 2016 e 2018, acontecem no formato digital e precisam da contribuição da população. "As formas de acesso à pesquisa são pelo Conecta Recife, no aplicativo ou site; no site da CTTU (cttu.recife.gov.br) e no link direto da pesquisa (pesquisamobilidade.recife.pe.gov.br). Convido todos a participarem e divulgarem a pesquisa, que é pioneira, para que a gente a torne uma rotina na cidade", pontuou.

Por sua vez, o gerente do Consórcio Recife, Mário Sérgio, destacou a importância da identificação do deslocamento da população "do usuário do transporte público, dos pedestres, para melhorar a mobilidade". "Chamo atenção porque, mesmo sendo uma pesquisa do Recife, ela envolve todos os municípios da Região Metropolitana e até mais, porque Recife é o maior polo gerador de demanda para o transporte público. A maioria das linhas têm um vínculo pelo sistema de Terminal Integrado ao Recife. Também gostaria de parabenizar essa nova pesquisa, fizemos a de 2018 em conjunto, que foi mais ampla, mas essa é muito importante porque vai nos dar um perfil do que está acontecendo hoje no Recife", contou.

Já o vereador Luiz Eustáquio (PSB), afirmou que a pesquisa é "um retrato de como as pessoas se movem na cidade", e questionou se os investimentos feitos pela cidade serão feitos a partir do que a pesquisa mostra. "Temos uma maior quantidade de pessoas que se deslocam a pé e quando a gente verificar o destino delas, vamos criar vias para que elas, com segurança, possam estar se deslocando para chegar a pé ao destino? A lei determina que cada pessoa tem que fazer a sua calçada, mas, neste caso, entendo que algumas calçadas deveriam se tornar vias, já que algumas são de responsabilidade do Poder Público. O sistema de transporte do Município e do Estado são péssimos porque a forma de distribuição é o volume de passageiros, que diz quanto o empresário deve ganhar. Defendo um sistema onde o Poder Público possa aportar para dar garantia à população".

O vereador Ivan Moraes (PSOL) disse já ter iniciado a pesquisa duas vezes, mas não a concluiu pela extensão e complexidade. "Embora não seja integrante da Comissão, é um tema que percorre a militância. Compreendemos que o critério técnico, muitas vezes, na política pública de mobilidade é atropelado por delicadezas políticas. O nosso mandato está do lado de quem estuda, de quem sabe que não dá para fazer política pública de mobilidade privilegiando um veículo individual automotor. A gente precisa superar a ideia de que trânsito tem que ser bom para todo mundo, é um equívoco e a gente precisa superar. Trânsito significa indivíduos saírem de um canto e chegarem no outro com tranquilidade".

Já o vereador Eduardo Marques afirmou ouvir críticas com relação ao trânsito nas principais vias da cidade, sobretudo da Avenida Caxangá. "Naquele trecho onde foi construído o viaduto do BRT em determinados momentos do dia é uma prova de paciência que enfrentamos. Alguns motoristas estão fugindo daquele trânsito entrando nas outras ruas para cortar caminho e chegar com rapidez no destino, e esses automóveis estão passando pelas ruas e levando risco à vida dos pedestres e moradores da região. Acredito que a gerência de Mobilidade Urbana já está vendo uma possibilidade de resolver o problema".

O vereador Júnior Tércio (Podemos) questionou uma especificidade da pesquisa. "Tem algum dado específico apontando a quantidade de pessoas que têm alguma dificuldade de mobilidade ou mobilidade reduzida?".

Sobre os questionamentos dos parlamentares, gerente geral de Mobilidade Humana da CTTU, Marília Pina, afirmou que a pesquisa de Origem-Destino e todo o planejamento da CTTU é baseado no grande pilar onde o pedestre, ciclista e o usuário do transporte público têm prioridade no planejamento. “Com a pesquisa fica mais fácil identificar o deslocamento dessas pessoas. A calçada é importante para o pedestre, estrutura cicloviária para o ciclista e implantação de faixas prioritárias para o transporte público. Além da pesquisa, adotamos esse pilar de prioridade. A amostra é calculada por zona de tráfego, toda amostra mínima que a gente precisa alcançar é para cada zona de tráfego”.

Ainda de acordo com ela, há um trabalho de campanha da pesquisa feito com as escolas municipais para que os pais dos alunos respondam. “São várias ações que a gente vem fazendo, iniciamos a pesquisa não tem nem 15 dias, ainda é cedo para identificarmos quais as áreas que não estão sendo atendidas. A CTTU também já identificou a questão da Caxangá e vem trabalhando um planejamento de melhoria na região. E na pesquisa, fazemos a pergunta se a pessoa que está respondendo possui alguma dificuldade de locomoção tanto para quem responde quanto para os filhos. Assim, a gente consegue identificar o percentual da população que possui deficiência, de onde ela vem e para onde ela vai”.

Distribuição de projeto - No início do encontro, Fabiano Ferraz fez a distribuição do projeto de lei Ordinária 325/2021, que dispõe sobre a criação da campanha "Vida no Trânsito: Pedestre Idoso Seguro" do Recife, de autoria da vereadora Ana Lúcia (Republicanos). Na ocasião, ele convidou, ainda, para a próxima reunião da Comissão, que deve acontecer no dia 27 de outubro, às 10h.

Em 06.10.2021

Em 06.10.2021