Ana Lúcia pede atenção à saúde mental dos profissionais da linha de frente da covid-19

“Precisamos ouvir os que estão cuidando”. Com essas palavras, a vereadora Ana Lúcia (Republicanos) fez um pedido à gestão municipal: estabelecer uma política de atenção psicológica e psiquiátrica aos profissionais que estão na linha de frente do combate à covid-19. A parlamentar tratou do assunto nesta terça-feira (5), durante a reunião plenária remota da Câmara do Recife.

Autora do projeto de lei nº 47/2021, que visa a instituir um programa de suporte psiquiátrico e psicológico aos servidores públicos do Recife que atuam no combate à covid-19, Ana Lúcia disse que profissionais da área já alertaram sobre essa necessidade. “Na última audiência pública que nós fizemos para discutir uma pauta que tinha a ver com a linha da saúde psicológica e psiquiátrica, foi unânime a fala de que os profissionais de saúde estão gritando por socorro. Muitos deles estão há quase dois anos sem tirar férias, sem poder sequer descansar um pouco dessa rotina triste e dolorosa que se abateu sobre nós”.

Em seu discurso, a vereadora citou dados da pesquisa “Condições de trabalho dos profissionais de saúde no contexto da covid-19”, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em todo o território nacional. Segundo o estudo, 15,8% desses profissionais relatam perturbações do sono e 13,6% apresentam distúrbios como irritabilidade e choro frequente. Entre os entrevistados, 22,2% declararam que seus trabalhos são extenuantes, e quase 50% admitiram que há excesso de trabalho, com jornadas acima das 40 horas semanas. A pesquisa indica que 14% dos trabalhadores da linha de frente do combate à covid-19 estão no limite da exaustão.

Segundo Ana Lúcia, as más condições de trabalho também são uma fonte de preocupação física e mental. Ela pediu melhorias nos equipamentos públicos de saúde da capital. “A pandemia alterou significativamente a rotina de vida desses profissionais – 95% deles afirmam que não têm mais condições de dormir uma noite inteira. Desses profissionais 43,5% não se sentem protegidos no trabalho. Visitei unidades de saúde da Prefeitura e faço um apelo: as condições de trabalho precisam melhorar”, disse. “Há equipamentos que precisam ser retirados e substituídos por novos. Temos encontrado postos de saúde sem climatização e até itens como luvas e máscaras estão sendo entregues, ainda, em quantidades pequenas”.

Em 05.10.2021