Cida Pedrosa vota a favor e critica vereador que condenou o requerimento
O requerimento nº 10.384/2021, de autoria dos vereadores Dani Portela e Ivan Moraes, que foi aprovado, concedeu voto de aplauso em favor da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Pernambuco (OAB-PE), em razão da colocação de placas que respeitam a identidade de gênero de pessoas trans (transexuais/travestis/transgênero) nos banheiros da sede da instituição. “Vivemos num mundo onde deveríamos estar lutando por banheiros públicos e por banheiros na casa de trabalhadores que não tem esse direito. Mas, estamos aqui discutindo o preconceito trazido pelo vereador que me antecedeu, enquanto deveríamos estar discutindo acesso ao banheiro. É lamentável saber que estamos num mundo onde banheiro não é universal”, disse.
A vereadora disse que a OAB-PE instalou a placa na porta do banheiro da entidade há mais de dois anos, bem antes da pandemia de covid-19. “Com as restrições sociais, a OAB ficou fechada e a placa, que motivou o voto de aplauso, não causou sucesso. Mas com o voto de aplauso proposto pela vereadora Dani Portela e pelo vereador Ivan Moraes, causou tudo isso na Câmara”. Ela ressaltou que atualmente a Ordem está processo de sucessão interna e que as duas chapas que concorrem à presidência apoiam a mesma causa. “Portanto, a placa continuará lá, independentemente dessa discussão inóqua que se travou no plenário da Câmara Municipal do Recife”.
Cida Pedrosa se questionou em seguida: “Sabem por que a placa vai continuar lá? Porque isso é um direito. Não se trata mais do ‘eu gosto, não gosto, eu quero, não quero’. É um direito social adquirido, queiram ou não os juízes. Os falsos juízes. O público LGBTQIA+ tem que ser respeitado. Tem algo mais grave nesta discussão: as pessoas que são o arauto da moralidade é que vivem provocando a dor e a morte. Quando alguém vem a essa tribuna e incentiva, com o discurso, a transfobia, a LBGBTfobia, está incentivando o ódio contra os gays, lésbicas, travestis e bissexuais”, disse. Ela lembrou que qualquer pessoa que estimular esses crimes contra o público LGBTQIA+ tem o mesmo peso, para o Supremo Tribunal Federal (STF), que o crime de racismo. “A palavra tem força”.
Em 26.10.2021.