Dani Portela comenta aumento da fome no governo Bolsonaro

“O Brasil de Bolsonaro é o país da fome”. Com essas palavras, a vereadora Dani Portela (PSOL) deu início a um discurso proferido na tribuna virtual da Câmara do Recife nesta segunda-feira (25), durante a reunião plenária remota. Na ocasião, a parlamentar fez uma reflexão sobre a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no aumento da miséria, do desemprego, da violência e da insegurança alimentar no país.

O pronunciamento de Portela foi baseado no texto “Queremos ser gente”, de sua autoria, publicado em um site de notícias na última quarta-feira (20). Na coluna, ela lembrou o caso de Rosângela Sibele, mulher presa em São Paulo por roubar R$ 21,69 em alimentos em um supermercado. “Após 18 dias presa, ela, ao sair da prisão, afirmou: ‘Meu sonho é ser gente’. Esse projeto de país rouba nossa humanidade, rouba nosso direito de ser gente, de não precisar sermos presas por roubar algo que na verdade é nosso direito. Comer é direito de todo ser humano, se isso nos é negado então é porque o governo desse país não nos considera gente”, disse a vereadora.

Dani Portela não deixou de refletir sobre as implicações que o crescimento da penúria tem para os brasileiros e as brasileiras que já fazem parte da parcela mais vulnerável do país. “A fome é um processo político, planejado às custas de muita exploração e acúmulo. Ela, no Brasil, se materializa no povo negro, historicamente excluído dos lugares de humanização da sociedade, como a execução de um grande plano de morte”, afirmou.

Segundo a vereadora, é preciso fomentar a coesão de forças no repúdio ao governo de Jair Bolsonaro. “É preciso nos unir em uma única voz pelo ‘fora, Bolsonaro’. Esse é um governo que tem precarizado nossas vidas, um governo de desinformação. Me assusta que as pessoas não se escandalizem com isso, com o crescimento da política da morte, com a política armamentista, com clubes de tiros se espalhando pelas cidades do país. Essa bala nunca foi perdida: ela sempre acha o povo preto, favelado como alvo há mais de 500 anos. A política de extermínio se consolida com a chegada de um genocida no poder”.

Em 25.10.2021