Júnior Tércio diz que placa do banheiro da OAB é uma vergonha e comenta moção de repúdio

Ao repetir várias vezes que “isso é uma vergonha”, durante o seu discurso, o vereador Junior Tércio (Podemos) discutiu o requerimento de número 10384/2021, de autoria dos vereadores Dani Portela e Ivan Moraes, ambos do PSOL. A matéria, que foi aprovada, concede voto de aplauso em favor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional de Pernambuco, em razão da colocação de placas que respeitam a identidade de gênero de pessoas trans (transexuais/travestis/transgênero) nos banheiros da sede da instituição. Em outro momento, o parlamentar também teceu comentários a um requerimento apresentado pela vereadora Liana Cirne (PT).

Na reunião plenária virtual da Câmara Municipal do Recife, realizada na manhã desta terça-feira (26), quando foi debatido o requerimento, o vereador disse que queria “expressar o meu descontentamento por tratar essa questão porque ela trata de uma questão antinatural”. Junior Tércio afirmou que não estava dando a opinião “por ser evangélico ou pastor, mas por ser pai”.

Apesar de se posicionar contra o requerimento o vereador disse que não tinha “nada contra os gays e as pessoas do GLS”, mas que não podia aceitar que as pessoas que têm essa orientação sexual não podem usar o banheiro feminino. “Não concordo com isso. Quem é gay tem a sua vida privada. A forma de fazer sexo não lhe tira nem lhe dá direitos a ninguém”.

O vereador Júnior Tércio disse que tem duas filhas menores e que não gostaria de vê-las usando um banheiro em que pode “entrar um homem, uma pessoa que tem órgão genital de homem”. Ele questionou em seguida: “Onde cabe na cabeça de um homem normal, são, de uma pessoa normal, um homem usar banheiro de mulher? É uma vergonha, um homem de bem não apóia isso. E vocês que apóiam, mulheres, que ficam com essa fala estéril, devem perguntar a outras mulheres, o que elas acham".

Comentário a moção de repúdio - Ainda durante a reunião plenária virtual, o vereador Júnior Tércio levantou algumas questões sobre o requerimento de número 11185/2021 da vereadora Liana Cirne, que concede uma moção de repúdio a Abimael Santos, por ter associado indevidamente o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) à destruição de casas no Residencial Cruzeiro, conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida, no município de Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco. 

"As investigações estão em curso, a Polícia Federal está cuidando do caso. Quero deixar meu abraço ao Abimael, que tem feito um trabalho importante no Estado". Sobre a associação do MST à destruição de casas, o vereador destacou que "dizem que ele afirmou, porque existem áudios circulando que dão essa ideia. Não estou dizendo que sim, nem que não". Ainda de acordo com ele, o MST já participou de depredações ao realizar ocupações. "Vi algo que me incomodou, que foi ter falado que o MST não combina com depredação, não fale isso. Se você defende e acha que é legítimo, está no seu direito. Agora, dizer que o MST não faz esse tipo de coisa é forçar a barra". 

Em aparte, o vereador Alcides Cardoso (DEM) corroborou com Júnior Tércio. "É o modus operandi do MST. Isso aconteceu na nossa família na década de 90. Invadiram o engenho produtivo de cana de açúcar do meu tio, na divisa da Paraíba com Pernambuco. Quando ele chegou lá, a casa estava toda invadida e quebrada, com móveis roubados. Mas, não estou falando desse caso, que está sendo averiguado pela Polícia. Vamos aguardar as informações".  

Em 26.10.2021.