Secretaria de Saúde apresenta relatório de atividades do segundo quadrimestre

Em audiência pública realizada por videoconferência na tarde desta segunda-feira (25), a Comissão de Saúde da Câmara Municipal tomou conhecimento das contas da Prefeitura do Recife referentes à pasta da Saúde no segundo quadrimestre de 2021. Quem fez a apresentação das atividades realizadas entre os meses de maio a agosto foi a secretária municipal Luciana Albuquerque e a equipe de secretários executivos, em cumprimento ao que determina o artigo 104 do Regimento Interno do Poder Legislativo Municipal, o dispositivo da Lei Complementar 141, e de resolução do Conselho Nacional de Saúde.

A audiência pública foi coordenada pela vereadora Natália de Menudo (PSB), que é presidente da Comissão de Saúde e contou com a participação do vereador Tadeu Calheiros (Podemos). Luciana Albuquerque lembrou que no primeiro quadrimestre deste ano (de janeiro a abril) o desafio da Secretaria de Saúde foi organizar a campanha vacinal contra a covid-19 e ao mesmo tempo combater os casos do novo coronavírus, que estava em fase de aumento. No segundo quadrimestre, a realidade foi outra.

“A partir de meados de junho, os números da covid-19 começaram a reduzir no Recife. No entanto, a rede de saúde básica precisava de atenção. E nós não podíamos esperar a covid-19 passar. Tínhamos que prover a população de uma assistência básica que ficou acumulada. O desafio que enfrentamos foi atender à vacinação e dar conta da atenção básica”. A preocupação, no momento, segundo a secretária Luciana Albuquerque, é propor a expansão da rede de atenção, iniciando com a recomposição dos profissionais.

“Com o fortalecimento da atenção básica, o discurso original da gestão começou a sair do papel e fomos para a prática”, disse a secretária.  Nesse aspecto, ela disse que foi feito “o fortalecimento dos distritos sanitários, que precisavam de uma gestão forte”. Segundo ela, os oito distritos sanitários e a rede básica de saúde precisavam de um serviço de qualidade para chegar à população. “Hoje, sabemos onde precisamos atuar para reestruturar a rede. Também sabemos que, nesse processo, fazer a transformação digital não é a solução de todos os problemas, mas é essencial”.

A vereadora Natália de Menudo quis saber qual o percentual de investimento de recursos públicos que foram utilizado na área de Saúde até o fechamento do segundo quadrimestre. Segundo a secretária Luciana Albuquerque a gestão investiu 22,96%  do que estava previsto no orçamento, o que ultrapassa o limite constitucional que é de 15%. Isso demonstra que a gestão está priorizando o setor neste ano.

O vereador Tadeu Calheiros também apontou alguns pontos da atenção básica que precisarão de mais atenção por parte da gestão. Ele fez diversos questionamentos, sobretudo na área de pessoal, que serão respondidos numa próxima reunião marcada para o próximo mês. O vereador, porém, elogiou o relatório apresentado pela gestão e disse que o documento do segundo quadrimestre veio muito mais detalhado que o do primeiro.

De acordo com o relatório apresentado, o  Recife tem uma composição territorial diversificada, caracterizada por 94 bairros, aglutinados em seis Regiões Político-Administrativas (RPA). Nelas, estão os distritos sanitários. Conforme a análise técnica, a situação de vulnerabilidade de grande parte da população se entrelaça com os desafios do setor: no caso, a  pobreza da população e as desigualdades sociais, as concentrações populacionais em assentamentos populares, a degradação dos recursos naturais e do ambiente construído contribuem para os problemas de saúde.

Os dados referentes à morbidade hospitalar para o período de janeiro a agosto de 2021, deste ano, conforme o relatório, evidenciam como primeira causa de internações algumas doenças infecciosas e parasitárias (13.789), seguida das internações referentes a gravidez, parto e puerpério (7.229), Neoplasias (5.915) e Doenças do Aparelho Circulatório (5.396).

Com relação às principais causas de óbito, até agosto de 2021, destacam-se, de acordo com o relatório, as doenças infecciosas e parasitárias (27,2%), doenças do aparelho circulatório (16,8%), neoplasias (12%), doenças do aparelho respiratório (9,96%) e causas externas de morbidade e mortalidade (8,81%).

O Recife, disse o relatório, é marcado pela conjunção da alta prevalência de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, e permanência de um número significativo de doenças infecciosas e transmissíveis como tuberculose, hanseníase, Aids e sífilis.  Mas, um grande desafio do Recife, no quadrimestre, foi o enfrentamento às arboviroses causadas pelo vírus da dengue, zika e chikungunya.

No segundo quadrimestre de 2021, de acordo com o relatório, a Secretaria de Saúde, através de sua equipe de ASACE, promoveu a visita a 750.020 imóveis, dos quais 582.730 imóveis sofreram alguma intervenção de prevenção e/ou controle do Aedes aegypti, 169.441 estavam fechados ou houve recusa e desses últimos e 1.851 imóveis foram recuperados.

No contexto da pandemia da covid-19, a rede de Atenção Primária à Saúde do Recife, segundo o relatório apresentado, teve como objetivo de reduzir o risco elevado de disseminação do novo coronavírus. Dentro das Unidades de Saúde da Família (USF) e nas Unidades Básicas Tradicionais (UBT), foi reestruturada com direcionamento do atendimento dos usuários sintomáticos respiratórios (síndrome gripal), em unidades de referência denominadas Unidade Provisória Centralizada de Atenção Primária à Saúde, distribuídas nos oito distritos sanitários do município a partir de critérios epidemiológicos e demográficos.

Referente ao número de pessoas atendidas nas Unidades Provisórias Centralizadas (UPC) da Atenção Primária à Saúde no período de janeiro a agosto de 2021, houve um total de 33.215 atendimentos, sendo o distrito VII o que apresenta a maior quantidade de pessoas. De janeiro a agosto de 2021, o município ultrapassou a oferta de mais de 300 leitos municipais para covid-19, concluindo o mês de agosto com 109 leitos, entre leitos de UTI, sala vermelha e observação. A taxa de ocupação, no mesmo período, foi de 40% para os leitos de UTI.

O Plano Recife Vacina, que é liderado em conjunto pela Secretaria de Saúde e pela Secretaria de Planejamento, Gestão e Transformação Digital, teve destaque no período. As estratégias de vacinação, segundo o relatório, foram desenhadas para atender aos diversos segmentos populacionais e está organizada em centros de vacinação, unidades de drive-thru e equipes volantes, além de uma Central de Armazenamento e Distribuição de Vacinas.

“ A implantação dessas estratégias, com a definição do quantitativo de equipes e locais de vacinação em funcionamento, está acontecendo de acordo com a distribuição de vacinas e ampliação de público alvo para vacinação. A vacinação nas comunidades foi uma estratégia iniciada no 2º quadrimestre pelas equipes volantes. A programação das comunidades a serem visitadas por essas equipes é realizada mensalmente, porém a divulgação é semanal para garantir a participação da população. Outra estratégia, em parceria com a CSURB, foi a disponibilização de equipes em nove em nove mercados públicos”, diz o documento.

O Recife conta, atualmente, com 26 locais para vacinação, sendo 12 centros de vacinação e 14 unidades funcionando em sistema de drive-thru, totalizando 130 equipes. Até agosto de 2021, foram aplicadas 1.684.857 doses, sendo 1.085.913 na primeira dose; 538.871 na segunda dose e 60.073 na dose única. Esses dados são atualizados diariamente no Conecta Recife.


Em 25.10.2021.