Tadeu Calheiros vota contra requerimento que trata de violência obstétrica
No texto de justificativa de requerimento, Dani Portela menciona um caso que teria ocorrido na maternidade Barros Lima. De acordo com a parlamentar, uma parturiente teve o seu direito de acompanhamento no parto restrito e a bolsa estourada por meio de empurrão na barriga. De acordo o relato, a equipe do atendimento teria suscitado o uso do procedimento de episiotomia, considerado pela Organização Mundial da Saúde uma prática de mutilação genital.
Ao analisar o requerimento, Tadeu Calheiros disse que concordava com diversos pontos do requerimento. “No contexto geral, vimos as coisas sob a mesma ótica, sobretudo no tocante à falta de laboratórios, de pré-natal, de insumos. Isso deve ser levado à Prefeitura para termos um serviço de saúde estruturado e que dê condições para que os profissionais exerçam plenamente os atendimentos”.
Mas, de acordo ele, além de a comunidade médica ter ressalvas com o termo ‘violência obstétrica’, o requerimento seria problemático por indicar que a prática é generalizada na saúde municipal. “Apesar do termo ser referido pela OMS, a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia acha o termo extremamente ofensivo. Leva à conotação de que o médico obstetra está fazendo algo violento”, considerou. “Logo na sua parte inicial, o requerimento diz que foi baseado em um relato. A gente lembra que o serviço público de saúde atende centenas por dia. Ao darmos uma conotação política, dá a entender que há uma prática contumaz”.
O parlamentar não deixou de afirmar que abusos e desvios devem ser investigados. “Todo ato que ocorra dentro do serviço e sobre o qual há suspeita de prática inadequada deve ser reportado e ter um processo administrativo. Se a prática for de determinado profissional de saúde, deve ser reportado ao seu conselho de classe”.
Em 19.10.2021