Dani Portela destaca ações que marcaram o Dia da Consciência Negra

“Esse é um mês de luta para o povo negro, de lembrar que existimos e resistimos nessa sociedade tão desigual e que violenta os nossos corpos das mais diversas formas”. Com estas palavras, a vereadora Dani Portela (PSOL) iniciou seu pronunciamento durante a reunião plenária virtual da Câmara Municipal do Recife, nesta segunda-feira (22). Ela elencou atividades ocorridas na cidade em virtude do Dia da Consciência Negra.

A vereadora lembrou que na última sexta-feira (19), promoveu na Câmara do Recife, o 1º Seminário de Enfrentamento ao Racismo e Promoção da Igualdade Racial. De acordo com ela o evento foi fruto da construção coletiva com organizações, grupos e coletivos, do Movimento Negro do Estado, além da parceria com o mandato do vereador Ivan Moraes (PSOL). “Foi um momento histórico de luta contra o racismo, a ecoar a resistência nessa Casa legislativa que, assim como outros espaços institucionais, têm sido ocupados, majoritariamente, por pessoas brancas”, disse.

Dani Portela destacou que no sábado, dia 20 de novembro, ela participou da Marcha da Consciência Negra de Pernambuco, no centro do Recife, que teve como lema "O povo negro resiste ao genocídio: antes, durante e depois da pandemia”. “Chegamos na Praça do Carmo, no centro da cidade, onde há 326 anos a cabeça de Zumbi ficou exposta como uma prova de que ele não era imortal. Não podiam estar mais errados. Zumbi é sim imortal. Sua luta, assim como a de outras lideranças, como Dandara e Tereza de Benguela é nossa força, nossa lembrança de todas e todos que vieram antes de nós”, afirmou.

A parlamentar destacou que, historicamente, a população negra é afetada por diversos problemas sociais. “Nossos corpos são os que mais sofrem, somos nós, negras e negros, que mais passam fome e mais morrem”.  Durante a marcha, disse ela, “andávamos para relembrar nossas histórias e para reafirmar nossas lutas. Afinal, nossa história ainda não foi devidamente escrita. Ela foi deturpada pelo racismo. Lutamos e resistimos para que uma outra história seja escrita, honrando nosso povo e nossa ancestralidade”.

A caminhada terminou no Marco Zero, onde os participantes acenderam velas em “homenagem aos que, em muitos casos, perderam suas vidas diante da política de um Estado genocida que não enxerga nossa dor, mas nunca se esquece da nossa cor”.  Dani Portela disse que o ato ocorreu em várias partes do Brasil. 

“Esse país governado por Jair Messias Bolsonaro, que, diariamente, reforça a sua política de morte, de desprezo pelas vidas não só da população negra, mas também da indígena, das mulheres, da comunidade LGBTQIA+, das pessoas com deficiência e de tantas outras identidades que fogem ao padrão do homem branco, heterossexual e rico que ele e seus seguidores tanto valorizam”, lamentou.

Ainda durante o seu pronunciamento na tribuna virtual da Câmara, a  vereadora ressaltou duas iniciativas do senador Paulo Paim (PT/RS) aprovados neste mês: O projeto  de lei que tipifica a injúria racial como racismo,  que prevê pena de dois a cinco anos para quem cometer o crime, e o “Selo Zumbi dos Palmares” que será concedido aos municípios que adotarem políticas  de combate efetivas contra o racismo.

Dia da Consciência Negra -  Dani Portela lembrou que o Dia da Consciência Negra foi discutido pela primeira vez, há 50 anos, por um grupo de negros no Rio Grande do Sul e rememora a morte do líder Zumbi dos Palmares, em 20 de novembro de 1695. O idealizador do Dia Nacional da Consciência Negra foi o poeta, professor e pesquisador gaúcho, Oliveira Silveira.  A data foi criada em 2003 como efeméride incluída no calendário escolar - até ser oficialmente instituída em âmbito nacional mediante a lei federal nº 12 519/ 2011.

Em 22.11.2021