Dani Portela repercute baixo número de inscrições no Enem 2021

Em reunião Ordinária virtual da Câmara Municipal do Recife, nesta segunda-feira (29), a vereadora Dani Portela (PSOL) lamentou o baixo número de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) deste ano. Foram 3 milhões de pessoas, o menor número desde 2005, e 53% a menos que na edição passada, que teve 5,7 milhões de inscritos.

Dani Portela também destacou uma redução no número de pessoas que solicitaram a isenção da taxa de inscrição por falta de condições financeiras. No ano passado, 3,6 milhões de alunos fizeram a prova graças à taxa de isenção. Este ano, apenas 800 mil alunos. “Não por acaso, é o Enem com menor proporção de pessoas negras e indígenas inscritas nos últimos dez anos. O Exame rompe com uma trajetória de inclusão de estudantes negros e mais pobres, que vinham, desde 2009, aumentando a participação na prova, principal porta de acesso ao ensino superior no país”, avaliou a parlamentar, que destacou outras razões para a redução no número de inscritos este ano. “4,3 milhões de alunos negros e indígenas da rede pública de ensino ficaram sem atividade escolar durante a pandemia. Além disso, a dificuldade no acesso à internet ou baixa qualidade de conexão para assistir aulas on-line afetam 42% os alunos pretos e pardos no Brasil, enquanto o mesmo acontece em 23% dos brancos, de acordo com a Unicef”.

Para a vereadora, além de permitir o acesso dos estudantes às universidades públicas, o Enem também cumpre um papel de promover justiça social ao ser um critério de acesso a bolsas do Programa Universidade para Todos e ao FIES, o financiamento estudantil em universidades particulares. “O fato de estar cada vez mais branco e elitista implica em negar a uma grande parcela da sociedade, negra, indígena, pobre, um direito constitucional. Mas, infelizmente, isso não surpreende no país em que o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, diz abertamente que as universidades devem ser para poucos”.

A vereadora afirmou ainda que as mudanças nos números e até nas provas do Enem são reflexo da política do Governo Federal. “O exame esse ano teve a cara do governo. Excludente, segregador e que nega as desigualdades existentes no nosso país. De um governo que quer impor a versão de que não houve golpe militar em 1964, mas sim revolução, negando a própria história. Um governo que não suporta que a classe trabalhadora tenha acesso à educação de qualidade, que possa sonhar com o ensino superior; que não acha nada de errado em todas essas questões que trouxe aqui e, sobretudo, na política de exclusão. Minha solidariedade a todas as pessoas que estão tendo mais um direito negado por esse governo que odeia pobre”.

 

Em 29.11.2021