Michele Collins contesta PDL de autoria de Cida Pedrosa e Hélio Guabiraba

A vereadora Michele Collins (PP) se posicionou contrária ao projeto de decreto legislativo (PDL) número 20/2021, de coautoria da vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) e do vereador Hélio Guabiraba (PSB), que concede o título de Cidadã do Recife a Chopelly Glaudystton Pereira dos Santos. “Sou contrária por motivo de ataque e de violência a uma parlamentar desta Casa Legislativa. Fui vítima de agressão por parte dessa pessoa, que agora enfrenta um processo na Justiça. Como uma pessoa que incita a violência contra uma vereadora, pode receber uma honraria da Câmara?”, questionou. O PDL, porém, foi aprovado por 24 votos a quatro.

Michele Collins fez também apelo para que os vereadores e vereadoras votassem contra o projeto de decreto legislativo. A votação, que exigia a aprovação de três quintos dos presentes no plenário, ocorreu na reunião plenária da Câmara Municipal do Recife, na manhã desta segunda-feira (22). O PDL 20/2021 já contava com pareceres favoráveis das comissões de Legislação e Justiça e; de Educação, Cultura, Turismo e Esportes. “Para a pessoa receber esta honraria, tem que ter conduta ilibada e por mais que tenhamos pensamentos contrários, temos que ter ética, profissionalismo e respeito pelas pessoas. Eu não vejo isso na vida dela”, disse.

As agressões que a vereadora afirma ter recebido vieram depois que o plenário da Câmara Municipal do Recife votou e rejeitou um projeto de lei, no dia 8 de junho deste ano. “Naquela ocasião, eu me posicionei contrária ao projeto e depois recebi uma nota de repúdio assinada por esta pessoa ou pela instituição que ela representa”. Após a nota de repúdio, segundo Michele Collins, se seguiram ameaças a ela e até a sua família. “A nota dizia que eu provoquei a rejeição de emendas ao projeto de lei, aqui na Casa. Mas, esquecem que aqui é um colegiado e se a emenda foi reprovada é porque cada vereador tem o seu motivo. Eu não provoquei nada”, disse.

A vereadora considerou que a nota de repúdio lhe “expôs, incitou o ódio contra mim, pelo meu posicionamento, dizendo que sou misógena, capacitista, racista, homofóbica, transfóbica, lesbofóbica”. Michele Collins relata que depois da nota foi à Delegacia das Mulheres, por causa das agressões. “Mas aquela delegacia só registra agressões em casos de ocorrências previstas na Lei Maria da Penha. Por isso, abri uma representação no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e sei que a justiça será afeita. Temos que repensar essa honraria e faço um apelo para que os vereadores votem contra o PDL”.

Michele Collins considerou que a nota de repúdio, que recebeu à época, se baseia em fatos mentirosos e falsos. “Ela me trouxe grande constrangimento e indignação. Não entendo que uma pessoa dessa envergadura, que me agrediu e me constrangeu como mulher e parlamentar, mereça o nosso respeito. Quero dizer que vou votar contra o PDL e peço a todos que, como resposta a alguém que desrespeitou uma parlamentar dessa Casa, votem contra também”, afirmou a parlamentar.

Em 22.11.2021.