Dani Portela discute projeto sobre música gospel como patrimônio cultural do Recife
A proposta é de autoria do vereador Júnior Tércio (Podemos) e deve passar ainda pela segunda discussão antes de seguir para a sanção do prefeito. Em seu discurso no plenário, Dani Portela salientou que o projeto carece de rigor técnico, uma vez que a música gospel não é nem uma expressão recifense, nem um ritmo que, ao ser importado para o Brasil, manteve características próprias.
A vereadora diferenciou o gospel nacional de ritmos como o reteté, uma expressão musical pentecostal tipicamente brasileira. “O próprio termo gospel é importado. Ele surge nos Estados Unidos da América. É um tipo de música importante para a cultura de lá, inclusive para a negritude, que é um debate que eu faço muito aqui”, refletiu. “Mas essa não é uma música brasileira. No nosso país, ela não é um gênero musical, mas um mercado com vários gêneros: pop, hip-hop, rap, reggae, rock, sertanejo, samba. A música gospel substitui as letras das músicas desses gêneros por letras que professam uma fé”.
De acordo com ela, o gospel não expressa características de identidade diretamente relacionadas ao Recife. “O patrimônio é aquilo que nasce na nossa história e fala sobre o nosso povo, nossas raízes, memórias e sobre o nosso ser íntimo de recifenses. Embora a música gospel reproduza ritmos, faz parte da memória de um outro povo”.
Para salientar que seus argumentos apontam somente para questões técnicas, Dani Portela apontou que a música gospel fez parte de sua formação pessoal. “Cresci estudando música gospel. Sou neta, filha e irmã de cristãos evangélicos. Reconheço que são músicas importantes e que marcaram a vida de muitas pessoas. E eu já fui atravessada por essas músicas”.
Em 07.12.2021