Eriberto Rafael debate requerimento de Michele Collins
Eriberto Rafael lamentou que, ao mesmo tempo em que a Câmara do Recife tomou a iniciativa de compor uma comissão para debater e planejar o carnaval, o resultado de um requerimento poderia fazer sombra ao trabalho parlamentar. “O resultado da votação de um requerimento como esse passa a ser a posição oficial do Poder Legislativo”, alertou. Ele defendeu que, em vez de votar o requerimento, seria “importante ouvir as pessoas e os setores envolvidos com o carnaval, além de estar sintonizado com as grandes cidades, deixando de lado posições políticas”. O parlamentar disse que a Câmara Municipal do Recife, tem condições “de dar uma grande contribuição a este debate”, disse.
Por isso, ele reforçou o apelo para que Michele Collins retirasse de votação o requerimento de número 12039/2021, mas a solicitação não foi atendida. O requerimento dirigia indicação ao prefeito João Campos para que não haja carnaval no Recife em fevereiro e março de 2022, em decorrência da covid-19. O requerimento foi rejeitado, recebendo 16 votos contrários a ele, após as discussões.
O pedido do requerimento de Michele Collins, segundo o vereador Eriberto Rafael, antecipava-se aos trabalhos da Comissão Especial sobre a Retomada do Carnaval, São João e demais Grandes Eventos do Recife. O parlamentar lembrou que a Comissão está “discutindo os horizontes sobre carnaval” e destacou que quem votasse contra o requerimento não significava que era contra o carnaval. “Votar contrário o requerimento é o mesmo que dizer que é preciso planejar um possível carnaval. A Comissão que temos aqui, inclusive, está fazendo o mesmo que o prefeito faz, que é planejar um possível carnaval, ouvir as outras grandes cidades. Afinal, é preciso planejar para qualquer tipo de carnaval, seja de rua ou não. Podemos ter um carnaval virtual ou restrito e, ainda assim, teremos que planejá-lo”.
Eriberto Rafael entende que o principal debate que se deve fazer é a questão da saúde pública, para evitar o contágio do vírus, mas que não se pode deixar de lado as abordagens nas áreas culturais e econômicas. “Temos que pensar num formato, dentro do foco da saúde, considerando vários modelos. Se o presencial for inviável, ainda assim teremos que planejar”. A vereadora Dani Portela (PSOL) pediu um aparte e reforçou a tese de Eriberto Rafael. “Ele falou o que também defendo. É tanto que declino da inscrição que fiz para falar sobre o tema e que seria logo após. Temos que negritar aqui que o votado não foi um requerimento de quem é contra ou a favor do carnaval. Esse é um tema, inclusive, que está sendo discutido além da Câmara Municipal do Recife. Ela está se dando também em vários locais, como na Assembleia Legislativa e no município de Olinda. Uma prefeitura sozinha não pode simplesmente proibir a realização de um carnaval”.
Em 07.12.2021.