Liana Cirne fala de religiosidade e de habitação no plenário da Câmara

A vereadora Liana Cirne (PT) abordou dois temas, na reunião plenária virtual, realizada pela Câmara Municipal do Recife na manhã desta segunda-feira (20): no primeiro, informou que entrará com representação criminal contra um pastor evangélico por intolerância religiosa. No segundo, repercutiu matéria de um jornal local que fala de um projeto de lei, de seu mandato, que garante vagas em habitacionais a famílias LGBTQIA+ .

Ao falar sobre o primeiro tema, ela lembrou que no dia 9 de agosto deste ano, fez discurso no plenário virtual da Câmara do Recife denunciando um pastor, cujo nome ela não informou, que havia condenados ilustrações com figuras de orixás no túnel da Abolição, bairro da Madalena. “Na época, o pastor incitou manifestações de ódio contra os candoblecistas e umbandistas do Recife, por causa das pinturas no túnel”.

Ela releu o discurso que fez na ocasião e disse que entrou, na época, com uma representação criminal contra o pastor. O texto lido em agosto e relido hoje foi o seguinte: “É de uma profunda violência que qualquer pessoa seja alijada da sua possibilidade de expressar sua fé e realizar os seus cultos. Sou católica e gosto de propor um exercício de imaginação. Imaginem como seria estar em uma missa e ela ser interrompida. Que o padre fosse interpelado, no meio da missa, e tivesse que prestar esclarecimentos sobre os cânticos que fazemos dentro da igreja. É isso que ocorre há mais de três anos no terreiro de Mãe Amara. Nenhuma celebração religiosa consegue ser concluída sem que os celebrantes sejam interrompidos”.

A vereadora disse que, mais uma vez o pastor voltou a cometer a mesma intolerância religiosa. Desta vez, ele teria chamado católicos e católicas “devotado e devotadas a Maria de adoradores e adoradoras do demônio”. Por isso, ela afirmou que vai apresentar nova representação criminal contra o pastor. A vereadora lembrou que o direito à fé e ao sagrado estão assegurados no artigo quinto da Constituição Federal. “O direito de exercício da religião e de crença religiosa é inviolável. Não vamos descansar um segundo de nosso mandato fazendo a defesa da manifestação religiosa. Toda fé precisa ser respeitada”, disse.

No segundo tema abordado, Liana Cirne repercutiu matéria jornalística de um veículo de comunicação local sobre um projeto de lei de sua autoria. “Esse projeto de lei propõe reservar 5% das vagas dos habitacionais populares construídos pelo poder municipal para as famílias LGBTQIA+ . É verdade, somos muito atentos às necessidades de grupos sociais vulneráveis”, disse.

Liana Cirne ressaltou que esse mesmo projeto de lei também pode beneficiar as mulheres vítimas de violência doméstica. “É uma questão de justiça assegurar que as pessoas discriminadas por razão de gênero ou de violência doméstica tenham prioridades nesses habitacionais”.


Em 20.12.2021.