Michele Collins critica emenda a projeto do Plano de Mobilidade Urbana

A Câmara do Recife aprovou nesta segunda-feira (13), em primeira e segunda discussões, o projeto de lei nº 42/2021, que define a Política Municipal de Mobilidade Urbana e institui o Plano de Mobilidade Urbana da capital. Durante a reunião plenária remota, a vereadora Michele Collins (PP) fez uso da palavra para demonstrar seu posicionamento contrário a uma das emendas feitas por parlamentares à proposta. A alteração, que especifica ações relacionadas à diversidade, foi aprovada pelo plenário.

De autoria da vereadora Dani Portela (PSOL), a emenda nº 77 modifica um dos incisos que definem as estratégias a serem utilizadas pela Prefeitura para alcançar objetivos como a inclusão social na mobilidade urbana. O texto original previa como uma dessas estratégias a promoção do “enfrentamento à violência de gênero e diversidade na mobilidade urbana”. Com a emenda, o texto passa a tratar do “enfrentamento à violência de gênero, em especial contra às mulheres negras, lésbicas, bissexuais, transexuais e com deficiência”.

“Esse ‘em especial’, no meu ponto de vista, como mulher, é segregador. Mulher é mulher. E quem se sente mulher ou se sente homem, seja o que for, precisa ser respeitado do jeito que é”, considerou Michele Collins. “Nós, enquanto representantes da população recifense, indistintamente de sua religião e orientação sexual, estamos aqui para garantir que toda a população do Recife tenha a plena fruição de seus direitos. Nós, enquanto pessoas, somos todos iguais. Eu nunca vou aceitar e votar a favor desse tipo de especificidade que, em vez de incluir, exclui”.

A vereadora questionou a ausência de alguns grupos populacionais – como as mulheres albinas e as mulheres com nanismo – e fez comentários sobre a inclusão de outros segmentos no texto. “Está se usando esse subterfúgio de, para incluir a população LGBTQIA+, se colocar sempre mulheres negras e com deficiência. Depois eu vejo discussões que dizem que ‘a vereadora Michele Collins votou contra pessoas com deficiência, contra pessoas negras’. As pessoas colocam isso já para nos comprometer. Isso são artifícios que são utilizados para incluir algo que se quer incluir. Todas as pessoas, sejam quem forem, precisam ser respeitadas. Não tem que ter violência contra ninguém. Este plano é muito importante para a cidade e não pode privilegiar ninguém”.

Em 13.12.2021