Dani Portela aborda a garantia de vida do povo negro
A parlamentar citou o caso do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, que foi espancado até a morte ao cobrar uma dívida de trabalho em um quiosque na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, no dia 24 de janeiro. “Quando me deparo com notícias como a que tivemos do assassinato de Moïse, um homem negro, congolês, imigrante e trabalhador, lembro dos objetivos de Estado genocida que vivemos. As cenas são chocantes, cruéis e revelam como, no Brasil, o ódio à população negra se materializa num genocídio que, infelizmente, tem interrompido a vida de vários negros e negras diariamente”.
Dani Portela disse que 77% das vítimas de homicídio são negras no país e sugeriu políticas públicas de igualdade. “Esses dados, por mais assustadores que eles sejam, num país racista como o Brasil, são naturalizados e assistimos à morte de Moïse como algo corriqueiro do nosso cotidiano. Afinal, como dizia a eterna Elza Soares: a carne mais barata do mercado é a carne negra. E, infelizmente, ela continua sendo. Assim, a gente segue perdendo vidas negras e o estado negligenciando o direito que nós temos de viver. Por políticas efetivas de igualdade racial, enfrentamento ao racismo e cotas de oportunidades em nosso município”.
Ela citou, ainda, um outro caso de violência praticado contra um homem negro, no Rio de Janeiro. "Durval Teófilo Filho, de 38 anos, ao chegar em casa após um dia de trabalho é surpreendido por tiros disparados por seu vizinho, um sargento da Marinha, que diz ter o confundindo com um bandido". Ela questionou esse fato. "Quando a pele é preta, ela é alvo certo. E é o alvo não só da população, mas da própria polícia. Foi o que mostrou reportagem publicada na semana passada pela Marco Zero Conteúdo a partir da pesquisa feita em bairros periféricos do Recife. Na notícia, vemos experiências traumáticas de humilhação e violência física e verbal nas abordagens policiais em jovens. E, não podia ser diferente: negros. Como diz o texto: “O baculejo tem cor. Do tipo mais doloroso e violento, principalmente. É negro.”
Em 07.02.2022