Dani Portela debate requerimento de Cida Pedrosa e chama atenção para racismo estrutural
O requerimento da vereadora Cida Pedrosa, que estimulou o debate, foi votado na reunião plenária híbrida, desta terça-feira (15) realizada pela Câmara Municipal do Recife. Ele concedeu voto de aplausos à jornalista Nathália Dielú e ao portal de notícias Marco Zero Conteúdo, pela reportagem intitulada “Baculejo tem cor”, como parte do projeto dados em narrativas jornalísticas, parceria entre Marco Zero Conteúdo, Fogo Cruzado, Escola de Comunicação da Universidade Católica de Pernambuco e fundação Friedrich Ebert.
Inspirada pelo requerimento, Dani Portela disse entender que a implantação dos relógios de reconhecimento facial na cidade do Recife podem “levar à criminalização da juventude negra pobre e periférica, com a desculpa de suposto avanço tecnológico”. De acordo com a parlamentar 75% dos jovens que sofrem baculejo no Recife são negros. Ela lembrou, ainda, outra reportagem do Marco Zero Conteúdo que fez uma pesquisa e constatou que a policia pernambucana matou 113 pessoas em 2020. “E todas as vítimas, segundo a reportagem, eram negras. Isso não é coincidência. A arma faz escolha. E Isso se baseia no racismo estrutural e institucional”.
A vereadora Dani Portela afirmou, ainda, que “Pernambuco é o Estado que tem a policia que mais mata no Brasil. Mas também é a que mais morre. Segue a lógica de uma Segurança Pública de guerra e de enfrentamento. É a lógica do inimigo”. A vereadora Liana Cirne (PT) pediu um aparte e parabenizou o requerimento de Cida Pedrosa e o discurso de Dani Portela. Ela, no entanto, lembrou que, como professora de Direito, formou “centenas de policiais militares” e que aprendeu “muito com eles”. Segundo Liana Cirne, os policiais lhes ensinaram que muitas vezes eles eram obrigados a praticar violações de direito humanos “cumprindo ordens do comando. Na verdade, ordens de uma elite política e de homens brancos”. Por conta dessa situação, disse, “muitos policiais sofrem de depressão”.
Em 15.02.2022.