Luiz Eustáquio discute voto de aplausos para jornalista autora da reportagem "Baculejo tem cor"

Na reunião Ordinária da Câmara do Recife desta terça-feira (15), o vereador Luiz Eustáquio (PSB) discutiu o voto de aplausos de autoria da vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) à jornalista Nathália Dielú e ao portal de notícias Marco Zero Conteúdo, pela reportagem intitulada "Baculejo tem cor". O parlamentar falou de abordagens policiais com discriminação racial e disse que já foi vítima quando adolescente. "Não estou dizendo que apenas negros são abordados, mas sim que a maioria das pessoas abordadas são negras", salientou.

Para ele, o voto de aplausos trata sobre duas questões. "A cor e o foco principal da homenagem que, ao ver da vereadora e ao meu, sim, a discriminação existe na sociedade como um todo e, sem dúvidas, a abordagem tem cor, é assim que eu vejo". 

Luiz Eustáquio salientou não estar criticando a polícia. "Se não entendermos isso estamos sendo cegos, estamos em outra sociedade, vivemos em outro lugar, porque no lugar que a gente vive a realidade é essa. Não estamos aqui para levar um conceito contra a Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal. Existem cidadãos nos órgãos, existem pessoas que realmente não mereciam estar usando farda e nem estar onde estão". 

O vereador contou ter sido vítima de violência por ser negro. "Em todos os locais da sociedade existem pessoas boas e pessoas ruins, sem dúvida nenhuma. O racismo é real, fui menino de favela, passei dificuldade e muitas abordagens, até apanhar dentro da favela com 14 anos de idade porque eu estava na rua e não tinha documento".

Em aparte, o vereador Osmar Ricardo (PT) corroborou com Eustáquio. "A gente vê constantemente policiais invadirem casas de pessoas pretas. O negro sofre mais do que o branco em todos os sentidos. Não quero dizer que os policiais são ruins, mas eles sabem para onde estão apontando".

Em 15.02.2022