Michele Collins destaca atuação das comunidades terapêuticas
A parlamentar contou que milita na política de drogas há 26 anos, e tudo começou após ela ter passado por problemas em sua própria casa. "Meu marido foi usuário e eu sofri muito no início do meu casamento. Eu já estava para me separar quando tive a oportunidade que ele fosse reabilitado, e hoje sei que passamos por tudo aquilo para que hoje eu pudesse fazer o que eu faço, e ele pudesse fazer o que ele faz. Nós trabalhamos diariamente acolhendo homens, mulheres, mães, filhos, e eu posso olhar nos olhos dessas mães e dizer que tem jeito para a família dela, recebi autoridade e habilidade para trabalhar com essas pessoas", disse.
Ela explicou, também, como funciona a atuação das comunidades terapêuticas. "Temos feito um trabalho de acolhimento dessas pessoas em comunidades terapêuticas, que são organizações da sociedade civil que acolhem essas pessoas voluntariamente, só se elas quiserem. Não existe o trabalho onde a pessoa não quer ir e vai. Estar junto e apoiar as famílias na comunidade é um trabalho de excelência. Hoje faço parte de um grupo no Brasil que tem cerca de três mil comunidades e uma Confederação Nacional, que reúne todas as casas e temos contato direto com o secretário Nacional, doutor Quirino Cordeiro", afirmou.
No entanto, Michele Collins reclamou que a secretaria de Saúde do Recife não assinou o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) para duas comunidades terapêuticas. O documento é concedido pelo governo Federal às organizações sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades que prestam serviços nas áreas de Assistência social, Educação ou Saúde. O certificado é um dos documentos exigidos para que a entidade usufrua de isenções de contribuições sociais, além de possibilitar o parcelamento de dívidas com o governo Federal.
Segundo a parlamentar a secretária de Saúde do Recife, Luciana Albuquerque, não tem se mostrado sensível à causa. "O que precisa é apenas de um termo de parceria com a Prefeitura, custo zero para o órgão. Só é oficializar, mas a secretária se negou a dar esse documento", relatou.
Em aparte, o vereador Luiz Eustáquio (PSB) sugeriu que Michele Collins convidasse a gestora de Saúde para participar de uma reunião na Comissão de Direitos Humanos e Cidadania. "A luta em defesa das pessoas que estão adoecidas pela droga é muito importante. Vários setores fazem isso, a gente sabe o quanto é ruim quando enfrentamos. A gente tem uma Comissão na Casa que trata do tema, que a vereadora é presidente, acho que seria o caso convidar a secretária", sugeriu.
O vereador Marco Aurélio Filho (PRTB) se prontificou a procurar entendimento sobre a questão. "A senhora e o Pastor Cleiton Collins são referências nesse assunto, mas me preocupa como foi colocado aqui a atuação da secretaria de Saúde. Eu me coloco à disposição e tenho certeza que não é esse o entendimento da Prefeitura, nem da secretária. Quero acompanhar de perto também, não só para defender a gestão, mas para que a gente possa avançar muito nesse tema", falou.
Em 14.02.2022