Renato Antunes sugere repúdio a parlamentar envolvido em ato que adentrou igreja
“É um gesto impensado, que não cabe a um parlamentar que representa a coletividade. É uma falta de respeito ao culto, à individualidade religiosa. O que a gente presenciou em Curitiba não faz jus a um parlamentar eleito de forma democrática”, argumentou o parlamentar do Recife. “Aprovar esse voto de repúdio é dizer que não concordamos com a politização dentro das nossas instituições religiosas. É dizer que esta Casa não será conivente com qualquer atitude que venha a ferir a liberdade e inviolabilidade do culto, o que está previsto na nossa Constituição”.
Para Renato Antunes, é importante que a religião seja preservada das disputas partidárias que envolvem o país. “A religião deve ser respeitada porque é um ato do indivíduo, que pode ser evangélico, católico, espírita, de religiões de matriz africana. Não são ambientes para manifestação. Eu tenho certeza de que aqueles que compõem o Partido dos Trabalhadores não concordam com essa atitude. Não é um voto de repúdio a um partido, mas a um indivíduo que se excede”.
Em um aparte, a vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) concordou com o colega e salientou que o respeito aos locais de culto deve ser suprapartidário. “A lei de liberdade que coloca na constituição a liberdade de culto é do nosso queridíssimo escritor baiano Jorge Amado, que foi do meu partido. Quem garantiu a liberdade de culto na Constituição foi um comunista. E eu sou comunista e cristã, formada na sacristia da Igreja Católica”, exemplificou. “Acho que todo e qualquer culto tem que ser preservado. Isso é da subjetividade do nosso povo, que tem o direito a ir à igreja que quiser. Temos que lembrar o quanto isso é desrespeitado no caso das religiões de matriz africana neste Brasil”.
Em 08.02.2022