Rinaldo Junior destaca projeto que cria Banco de Alimentos no Município

Preocupado com a grande quantidade de pessoas que enfrenta uma situação de insegurança alimentar e fome, o vereador Rinaldo Junior (PSB) destacou, na tribuna da Câmara Municipal, o projeto de lei Ordinária número 155/2021, de sua autoria, que institui o "Banco de Alimentos do Município do Recife". A proposição foi aprovada em segunda votação no plenário da Casa, nesta terça-feira (8), e segue para sanção do prefeito.

"Nesse exato momento, 120 milhões de brasileiros passam por algum tipo de insegurança alimentar, e 20 milhões não sabem se vão fazer a próxima refeição. Isso me preocupa e tem tirado o meu sono porque escutei um dos maiores líderes do mundo, Luiz Inácio Lula da Silva falar: como pode alguém ainda passar fome em um País como o nosso?. Como podemos aceitar que um recifense passe fome num País tão rico, onde tudo o que se planta, se colhe?", questionou. 

De acordo com o parlamentar, o objetivo da proposição é a regulamentação da doação de alimentos para chegar a mais pessoas que precisam. "Quem tem fome, tem pressa. Os grandes varejistas conseguem desperdiçar 30% e nós, nas nossas residências, chegamos a desperdiçar 2%, sem falar no desperdício de alimentos no transporte do armazenamento, que é quase 30%. Grandes varejistas disseram que precisam regulamentar a doação, porque muitas vezes, devido à burocracia, são impedidos de doar as sobras alimentares. Se você observar na praça de alimentação dos shoppings, você vê vários alimentos sendo desperdiçados. Também aumentou muito a quantidade de pessoas que vão mendigar nesses locais pedindo as sobras", explicou. 

Rinaldo Junior propôs uma reflexão aos presentes. "O que nós, da Câmara do Recife, estamos fazendo para garantir o pão de cada dia na mesa de todos? 92% das pessoas que vivem em favela só se alimentaram durante a pandemia por conta da ajuda de algum tipo de solidariedade e, seis, em cada 10 brasileiros de baixa renda dependem da solidariedade do próximo para ter comida no prato", informou. 

Em aparte, o vereador Samuel Salazar (MDB) comentou sobre as dificuldades que parte da população brasileira está passando com a pandemia. "Elas estão no anseio da retomada econômica, da nova geração de emprego e passam muita dificuldade". Por sua vez, a vereadora Dani Portela (PSOL) parabenizou a iniciativa e ressaltou a urgência do enfrentamento ao problema. "Trago um trecho do poema de  Maria Carolina de Jesus, quando ela diz que a fome é amarela, que é a cor da biles que vomita quando se sente fome. Ela escreve vendo o mundo turvo com a tontura que sentia e diz que só era feliz quando dormia, porque era mãe, catadora de papel e ia dormir sem ter a certeza de que ia alimentar os filhos no dia seguinte". 

Ao ressaltar a importância da solidariedade, o vereador Ivan Moraes (PSOL) afirmou que a política  e a gestão pública devem ser pautadas na solidariedade. Já o vereador Renato Antunes (PSC), falou que o tema está acima do debate ideológico e partidário e que é necessário  buscar soluções. 

A vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) exaltou o escritor Josué de Castro que tratou da fome no Brasil em várias obras. "Este é um flagelo que tem interesse e cor. As pessoas pretas são as principais que sofrem e tem um responsável que está no governo central. A fome é posta de forma pensada, a crise econômica, social, política e sanitária que estamos vivendo tem um nome: Jair Messias Bolsonaro". 

Na defesa do presidente da República, o vereador Paulo Muniz (SD) destacou a história da escravidão no Brasil e suas consequências sociais e econômicas que ainda são vividas nos dias atuais, criticou, ainda, o Partido dos Trabalhadores. Já o vereador Osmar Ricardo (PT) defendeu o PT e afirmou que as gestões dos então presidentes Lula e Dilma Rousseff tiraram o país do mapa da fome.

 08.02.2022