Ana Lúcia discute voto de repúdio a filme

A Câmara do Recife aprovou nesta terça-feira (22) um requerimento de voto de repúdio ao filme ‘Como se Tornar o Pior Aluno da Escola’, disponível em uma das principais plataformas de streaming em operação no País. Lançada em 2017, a obra ganhou repercussão nas redes sociais recentemente por conter uma cena em que um personagem adulto sugere a dois adolescentes a prática de um ato sexual. Durante a discussão, uma das proponentes da matéria, a vereadora Ana Lúcia (Republicanos), subiu à tribuna para tecer considerações sobre o caso.

“O filme traz questões como a simulação de um abuso sexual. Em uma entrevista, o autor do filme disse que tudo isso acontece na sociedade. Nós sabemos. Mas isso não pode ser enredo de um filme envolvendo crianças”, afirmou a vereadora. Além dela, assinam o voto de repúdio a vereadora Michele Collins (PP) e os vereadores Doduel Varela (PSL), Felipe Alecrim (PSC), Luiz Eustáquio (PSB), Renato Antunes (PSC) e Waldomiro Amorim (SD).

Professora da rede pública, Ana Lúcia também criticou a forma como a instituição escolar é enquadrada no filme. “Para além do que traz o filme, a minha indignação é o próprio título, ‘Como se Tornar o Pior Aluno da Escola’. A escola é um local de múltiplas aprendizagens e convivência social. Como é que o filme coloca isso como tema principal? Como professora, não poderia deixar de manifestar o meu repúdio no que diz respeito a ser utilizada uma instituição tão importante para uma sociedade. Esse filme trata do descrédito à escola”.

Em um aparte, Renato Antunes disse que a pressão de alguns parlamentares sobre o filme já colheu resultados. “O que acontece nesse filme, além de um crime, é um contexto que tira o protagonismo da escola como um ambiente que educa as crianças. E a reprodução desse filme em plataformas de streaming é feita com uma idade não adequada, de 14 anos. Com esse requerimento simples e de outros, feitos em centenas de Câmaras Municipais e no Congresso Nacional, a classificação indicativa desse filme passou para 18 anos”.

Michele Collins também considerou relevante que parlamentares se pronunciem sobre a obra. “Esse requerimento marca a nossa posição enquanto Câmara do Recife e mostra que estamos atentos. O nosso objetivo é somente proteger crianças e adolescentes e fazer com que a lei seja cumprida e a Constituição Federal seja respeitada. Esse filme não contribui em nada, não colabora em nada para o crescimento e edificação das crianças e adolescentes, muito pelo contrário”.

Em 22.03.2022