No primeiro dia do Mês da Mulher, Liana Cirne salienta dados sobre violência
“Eu me apaixonei por Pernambuco em um Carnaval. O Carnaval do Recife e de Olinda foram a minha primeira experiência de liberdade. Vim para a folia acostumada com festas como a Oktoberfest, em que as mulheres são muito assediadas. E consegui brincar, dançar e cantar sem sofrer uma experiência de agressão”, relatou Cirne, que é natural de Porto Alegre (RS). “Isso foi transformador na minha vida, porque eu nunca tinha tido a experiência de participar de uma festa pública sem ser agredida ou ameaçada. Infelizmente, depois a onda do beijo forçado e outras práticas que se configuram como estupro tomaram até mesmo o nosso lindo Carnaval. E nós nos manifestamos dizendo: não é não”.
Ao plenário, a vereadora mencionou dados de 2021 divulgados pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco. De acordo com a pasta, o Estado registrou no ano passado 13.513 casos de violência doméstica familiar, 82 casos de cárcere privado de mulheres, 887 casos de difamação, 353 casos de estupro de vulnerável, 111 casos de estupro em contexto doméstico e familiar, 8.699 casos de lesão corporal, 568 casos de maus tratos, 4.965 casos de injúria e 1.910 casos de violência doméstica familiar.
“Infelizmente, em 2022, ainda precisamos dizer para o homem que respeitem a autonomia sobre os nossos corpos”, comentou Liana Cirne. “Eu espero que este mês de março seja de muita luta feminista e de muito compromisso com as nossas pautas. Que a gente possa, com os nossos corpos, caminhar livremente, sermos respeitadas, não sofrermos assédio moral e sexual no ambiente de trabalho ou em qualquer outro ambiente, inclusive no Carnaval”.
Em 01.03.2022